No dia 6 de outubro, ocorrerão as eleições municipais, e quem faz questão de votar é a moradora de Faxinal do Soturno, Adelina de Oliveira Hollveg, conhecida como Delma, de 85 anos. De acordo com um levantamento, na região Sul, a média de eleitores acima de 70 anos é de 10,7%.
O chefe do Cartório Eleitoral de Faxinal do Soturno, Nei Costa, em entrevista à reportagem do Jornal Cidades do Vale, afirmou que há uma busca crescente pela regularização desse público para as eleições. “As pessoas com mais de 70 anos podem ou não votar, mas percebemos que, nesta eleição, muitos idosos e seus familiares estão buscando informações sobre a votação. Quem estiver com a situação eleitoral regularizada será bem-vindo para votar. É importante destacar que, se necessário, o idoso pode ser auxiliado para chegar à urna, pois às vezes há dificuldades de locomoção, e essa ajuda é permitida", explicou.
Dona Delma conta que vai às urnas desde os 18 anos. “Naquela época ainda era cédula, e eu ia votar. Sempre achei muito importante participar das eleições. Meu esposo também, até falecer, eu votaria junto comigo”, lembrou ela.
Mesmo não sendo mais obrigada a votar, Dona Delma considera importante participar do processo democrático. “Sempre vou votar, até quando eu puder. Digo para as pessoas que têm condições que vão também, ajudem a escolher os nossos representantes, é muito importante. Já estou com meu título em mãos, no dia 6 de outubro vou votar, e até já escolhi meus candidatos”, afirmou.
Quais documentos devo levar para votar?
Antes de sair de casa no dia 6 de outubro, data do 1º turno das eleições de 2024, lembre-se de levar um documento oficial com foto para comprovar a sua identidade. Veja abaixo as opções válidas para apresentar na seção eleitoral:
Carteira de identidade (Registro Geral ou RG) ou a identidade social (no caso de pessoas trans e travestis);
Passaporte;
Certificado de reservista (para homens que prestaram serviços militares na reserva);
Carteira de trabalho ou de categoria profissional reconhecida por lei;
Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Você também pode comprovar a sua identidade apresentar o aplicativo e-Título, desde que tenha foto e cadastro das impressões digitais na Justiça Eleitoral.
Atenção! Os documentos podem até estar fora do prazo de validade, mas precisam estar legíveis.
Preciso mesmo votar?
O voto é um direito e dever de toda cidadã e todo cidadão brasileiro. Segundo a Constituição Federal, há duas categorias de eleitorado, para as quais o voto é obrigatório ou facultativo nas eleições.
De acordo com a norma, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para eleitoras e eleitores que têm entre 18 e 70 anos e facultativo para os analfabetos, jovens de 16 e 17 anos e maiores de 70 anos.
A profissão de costureira é uma das mais antigas e importantes da história da humanidade, com raízes que remontam à pré-história, quando os primeiros humanos começaram a criar roupas para se proteger do clima. Inicialmente, as roupas eram feitas com peles de animais, presas com ossos ou espinhos. Com o passar dos séculos, surgiram os tecidos, e a habilidade de costurá-los se desenvolveu.
Hoje, a profissão de costureira continua a ser uma combinação de arte, técnica e tradição. A reportagem do Jornal Cidades do Vale conheceu a história de Neimar Aparecida Manfio, costureira de Faxinal do Soturno, que desde os 16 anos, após fazer um curso de costura em Nova Palma, desenvolveu o gosto pela profissão. "Trabalhei seis anos em uma fábrica de roupas íntimas, e há uns 15 anos atuo em casa. Sempre gostei muito de costura. Quando criança, minha mãe fazia roupinhas para nossas bonecas, e eu já achava aquilo lindo. Depois, fui crescendo e queria ajustar minhas roupas, mas minha mãe não gostava que eu mexesse na máquina (risos). Quando apareceu o curso, fiquei muito feliz e fiz", lembrou.
Neimar recorda que, no passado, havia muitas pessoas que se dedicavam à costura. "Tinha muitas mulheres que trabalhavam com costura, e com o tempo isso foi diminuindo. Mas as pessoas ainda procuram muito. Eu me vejo sempre na correria para dar conta de tantas clientes. Por isso, penso que deviam haver mais costureiras. As prefeituras poderiam oferecer cursos para que novas pessoas se interessem, porque demanda sempre tem", contou.
Segundo Neimar, o processo da costura segue algumas regras. "A pessoa traz o modelo, a foto, como quer a roupa, eu tiro as medidas, faço o corte, a cliente vem provar para ajustar, e depois faço o acabamento e entrego. As pessoas gostam porque são peças exclusivas, feitas no tamanho certo, de acordo com o corpo de cada um", ressaltou.
Neimar confecciona roupas de festa, peças para o cotidiano, além de cortinas e toalhas. Além disso, nessa época de Semana Farroupilha, os pedidos para vestidos de prenda e bombachas triplicam. "A gente aprende praticando. Eu vejo o modelo e vou fazendo. Não tem uma regra muito específica, porque a moda muda muito, e a gente precisa se adequar. Na semana do gaúcho, e pouco antes, é sempre bem corrido. As pessoas querem os trajes e me procuram. Já fiz para invernadas dos CTGs, a gente acaba fazendo de tudo um pouco."
Neimar emprega mais duas pessoas, Marli Zanon e Dielsa Zemolin. "Talvez até precisasse de um espaço maior e mais gente para ajudar. Mas, devagar, vamos dando conta. É bem corrido. Se eu quisesse, teria trabalho noite adentro", finalizou.
O Instituto Renascer Mateus Meneghetti vem, ao longo de sua existência, realizando um trabalho significativo na comunidade faxinalense e regional. Desde sua fundação, o projeto vem transformando vidas. Nesta semana, a reportagem do Jornal Cidades do Vale destaca as ações que o projeto realiza. No total, mais de 150 pessoas diretas, entre crianças e adultos, fazem parte das atividades desenvolvidas diariamente.
A história do Instituto Renascer
Idealizado pelo faixa-preta de Jiu-Jitsu, Mateus B. Meneghetti, junto com seus amigos e parceiros de treino, Flavio Stone e Josué Goulart, em janeiro de 2016, iniciaram aulas de Jiu-Jitsu com o objetivo de promover a integração social por meio do esporte. Rapidamente, o número de participantes começou a aumentar, e a ideia de levar o esporte para todos tornou-se uma ferramenta de transformação social. Em 2022, em um cenário de pós-pandemia, o número de famílias participantes das aulas aumentou, e a vontade de expandir o projeto e a comunidade cresceu ainda mais. Para atender esse grupo cada vez maior e fazer do esporte um instrumento de educação e transformação social, o projeto se desenvolveu, tornando-se uma Organização da Sociedade Civil (OSC), sem fins lucrativos - o Instituto Renascer Mateus Meneghetti. O Instituto busca despertar o potencial dos seus alunos e familiares, com o intuito de superar as desigualdades sociais, formando vencedores dentro e fora dos tatames.
O Quintal da Vida
O Projeto Quintal da Vida surgiu da necessidade de expandir o projeto, quando, a partir do esporte, o presidente do Instituto, Mateus Meneghetti, passou a identificar os problemas sociais das crianças e adolescentes que frequentavam os treinamentos de Jiu-Jitsu. Após firmar um termo de cooperação com a prefeitura, o espaço onde funcionava o Horto Municipal ganhou uma nova função. Foi nesse espaço que as primeiras famílias iniciaram o trabalho com verduras e hortaliças.
A vice-presidente do Instituto, Bruna Ceolin, explica que o local se tornou uma horta comunitária no início. “Começamos assim, com as famílias envolvidas, e depois o espaço foi ganhando forma e atendendo mais crianças da região. Atualmente, o espaço está totalmente repaginado e, além de quem trabalha aqui ter acesso ao que é plantado, fazemos doações de verduras para festas comunitárias em todo o município”, contou ela.
Escola de artes
Com o intuito de envolver as crianças e proporcionar atividades para elas no contraturno escolar, o Instituto iniciou a Escola de Artes, com aulas de teatro e arte urbana. “As crianças e adolescentes que frequentam as aulas são principalmente da Vila Falcão, Verde Teto e Barragem. Podemos dizer que esse é o foco, mas o projeto é aberto para qualquer um que queira participar. Aqui eles têm aulas de teatro, de canto, pintura, enfim diversas atividades”, destacou Bruna.
Cozinha saudável
Dentro das suas possibilidades, o projeto busca ampliar seu campo de atuação. Com a parceria da Antonio Meneghetti Faculdade (AMF), por meio de um projeto, o Instituto Renascer foi contemplado com uma cozinha moderna. Bruna conta que, no espaço, as famílias recebem cursos de voluntários sobre a produção de alimentos saudáveis.
“É uma forma de ampliarmos o entendimento dessas famílias também na alimentação. As pessoas voluntárias vêm até aqui e compartilham seus conhecimentos. São várias as oficinas; uma delas, recentemente, foi sobre a produção de panquecas de brócolis, outra de pão, e muitas outras, sempre com o intuito de melhorar a alimentação e o conhecimento dessas famílias.”
A Biblioteca
O espaço da biblioteca também está em fase de conclusão e, neste mês, estará à disposição das crianças, adolescentes e familiares do projeto. Bruna conta que foi feita uma campanha na comunidade para arrecadar livros, mas com uma análise criteriosa em relação às temáticas. “A nossa biblioteca já está praticamente pronta. Adquirimos uma ‘casa’, espaço onde ela vai funcionar. Estamos na fase de organização dos livros e temos muitos planos para o espaço. Além da retirada de livros, também pretendemos criar um clube de histórias, onde as crianças vão ler e debater temáticas lidas, além do reforço escolar”, destacou a vice-presidente.
Sala terapêutica
A Sala Terapêutica, segundo Bruna, contará com atendimento de um médico voluntário, além de outros profissionais de áreas pertinentes que estarão atuando. “Fechamos duas turmas de mulheres para conversar sobre temas mais voltados para a violência contra a mulher. Vamos trazer esses assuntos, expor direitos e fornecer conhecimento sobre isso para elas. Teremos profissionais que realizarão a escuta, entenderão a realidade dessas mulheres e as direcionarão para o melhor caminho. Precisamos acolher essas mulheres”, disse ela.
De acordo com Bruna, no futuro, o intuito é também realizar rodas de conversas com os homens para abordar a violência contra as mulheres e outras temáticas pertinentes.
Regularização de documentos
Um dos próximos passos do Instituto é a regularização de documentos de crianças e adolescentes que frequentam o projeto. “Percebemos que temos essa demanda e vamos, aos poucos, organizando e encaminhando para que eles estejam em dia com seus documentos, tudo certinho”, ressaltou Bruna.
Casas para famílias atingidas pela enchente
O Instituto Renascer é o primeiro órgão na Quarta Colônia a entregar casas para as famílias atingidas pela enchente. No total, 17 casas devem ser entregues, sendo que a primeira foi entregue na quarta-feira (04), na Vila Falcão. Das 17, 13 serão em Faxinal, onde quatro estão em fase de finalização e seis devem ser iniciadas na próxima semana. Quatro casas serão construídas para famílias em Agudo. De acordo com Bruna, todas as casas deverão estar prontas até o dia 30 de setembro.
“Somos os primeiros a entregar casas de fato para as famílias, tanto em Faxinal quanto em Agudo. Estamos muito felizes com isso. Durante o trabalho na enchente, vimos o desespero das pessoas; o quanto não é fácil ficar sem casa, e agora poder minimizar essa dor nos deixa muito felizes e confiantes no trabalho que estamos realizando. Tudo é feito com muito carinho e amor. Os voluntários ajudam, fazem pintura, plantamos flores, tudo para tornar o espaço humanizado, para que sintam que ali é o novo lar deles”, disse Bruna.
Primeira casa entregue na Quarta Colônia
A família de Rute dos Passos Padilha e Valdecir Neto Padilha foi a primeira a receber a casa construída pelo Instituto. Em entrevista ao Jornal Cidades do Vale, Rute falou da alegria de estar em sua nova casa. “Se não fosse o Instituto, seria muito difícil para nós. Quando caiu granizo, nossa casa foi destruída e, depois, com a enchente, o terreno cedeu. Fomos morar em uma casa alugada e, depois, para o Pavilhão no Parque de Exposições. Agora, finalmente, vamos para nossa casa. Agradeço muito ao Instituto e estou muito feliz de estar na minha casa.”
Centro de distribuição
O centro de distribuição, que atuou fortemente durante a enchente, entregando doações de cestas básicas, roupas, itens de higiene e outras necessidades para as famílias, ainda está em funcionamento. “Ele ainda funciona, mas é necessário um contato prévio com os voluntários, precisa ser com hora marcada, não está mais aberto como antes, até porque, felizmente, a demanda é bem menor”, explicou Bruna.
Atuação em São João do Polêsine
O projeto ganhou força e ultrapassou fronteiras, sendo desenvolvido também em São João do Polêsine, onde crianças e adolescentes têm aulas de Jiu-Jitsu, arte urbana e participam da horta escolar. As atividades são desenvolvidas na Escola La Salle, em parceria com a prefeitura.
Agrovila Renascer
Um outro projeto do Instituto que será desenvolvido é a Agrovila Renascer, que será realizada na localidade de Sítio dos Mellos, no interior de Faxinal do Soturno. Esta iniciativa beneficiará 11 famílias e será um exemplo de desenvolvimento sustentável. A construção será feita por meio de parcerias do Instituto Renascer com empresas privadas e cooperativas. O método de construção contará com ajuda de profissionais, além da colaboração de voluntários e dos próprios beneficiários.
Bruna explica que o local contará com um sistema de energia limpa para garantir uma fonte sustentável de eletricidade, uma horta comunitária para promover a segurança alimentar e a integração entre os moradores, uma agroindústria para gerar empregos e valorizar a produção local, além de benfeitorias que promoverão o uso coletivo e a melhoria da qualidade de vida. “Nosso objetivo é criar um modelo de autogestão que possa servir de inspiração para outras comunidades. A Agrovila Renascer é mais um passo na nossa missão de promover um futuro mais justo e sustentável para todos”, concluiu ela.
O CTG Liberdade de Silveira Martins abre as porteiras para os praticantes de bocha na região. Com torneios e eventos, o local acolhe aqueles que escolhem a bocha como seu esporte favorito. Indo além do tradicional, que normalmente é a participação masculina na bocha, a entidade evoluiu e inseriu também mulheres e crianças na prática.
O patrão da entidade, Vilmar Antônio Vieira, está envolvido há 14 anos e destaca a importância de incentivar o esporte. “Temos que motivar as pessoas na bocha, e o CTG acolhe a todos com muito carinho. Muitos vêm pela bocha e acabam se envolvendo nas demais atividades que realizamos aqui. Recebemos famílias, onde o marido joga, a esposa também, o filho participa da invernada e joga também. É um lugar familiar, e esperamos que, cada vez mais, as pessoas participem e conheçam o nosso trabalho”, afirmou ele.
Mulheres na bocha
O idealizador e incentivador da participação das mulheres na bocha foi Altair Tolfo. Ele conta que o grupo de treinamento começou por iniciativa das próprias mulheres. “Em junho começamos; a Josi e a Charlise me disseram que queriam jogar. Eu disse: arrumem umas cinco ou seis meninas e vamos começar. E aí elas começaram a mobilizar as meninas pelo WhatsApp. No dia do primeiro treino, apareceram 10, e eu percebi que elas estavam realmente motivadas”, relatou ele.
Tolfo conta que os treinamentos ocorrem todas as quintas-feiras. “Elas ficam ansiosas esperando a quinta-feira para o treinamento. É um momento de diversão, elas riem, aprendem, mas sem pressão; tudo é pela amizade e pela diversão. Algumas nunca tinham jogado, e hoje já melhoraram muito. Então, tem sido assim, com alegria e leveza, que elas têm aproveitado as noites de quinta-feira”, destacou Tolfo.
No sábado da última semana, elas participaram da primeira competição. “Fomos competir no Caravel, em Vale Vêneto, e elas gostaram. Tiveram um bom desempenho, especialmente para quem está começando. Além disso, lá a quadra era sintética, e elas treinam no carpete, o que muda bastante. Foi a primeira competição, e tenho certeza de que logo participarão de mais. Elas se sentiram bem, mas tudo no tempo delas. Se acharem que vale a pena participar, nós apoiamos”, ressaltou. Além de Tolfo, também incentivam diretamente as mulheres Evandro Noal, José Zanini, o Zequinha e Eliseu Ribas.
Uma das mulheres que iniciou a mobilização do grupo foi Charlise Tolfo. Ela conta que o gosto pela bocha começou com o pai, Altair. “Eu sempre vinha vê-lo jogar; ele sempre foi envolvido com o esporte. Um dia, me perguntei: por que as mulheres não jogam? Não temos tantas opções de lazer aqui em Silveira Martins. Falei com meu pai, ele disse que dava, mas tinha que ter meninas. Comecei a enviar mensagens, e elas foram aceitando. A cada treino, mais meninas iam vindo; no terceiro treino, já éramos 18”, contou ela.
Segundo Charlise, mais de 30 mulheres praticam bocha no CTG Liberdade. “O grupo foi crescendo, e infelizmente tivemos que recusar mais meninas. Elas se juntaram e criaram um grupo para treinar às segundas-feiras. Então, atualmente, mais de 30 mulheres praticam o esporte aqui no CTG. É muito bom ver isso crescer, e as mulheres gostaram da ideia. Isso me deixa muito feliz”, ressaltou.
Charlise conta que os treinos são pura alegria. “É muito bom! Se tivesse mais dias, nós viríamos. Nos divertimos, aprendemos bastante, e, após os treinos, temos jantares, um momento de confraternização que melhorou a rotina das mulheres. Nosso grupo se chama 'As Gurias da Quinta'; o Fino nos batizou assim, e já fizemos nossas camisetas, tudo certinho. Mesmo sendo um esporte predominantemente masculino, percebemos que está ganhando espaço. Em outras cidades, isso já está mais consolidado, mas estamos no caminho. Estamos apenas começando.”
Além das iniciantes, Charlise conta que outras mulheres, com mais experiência, também retomaram a prática. “Há meninas que nunca jogaram e outras que já praticavam no passado e, agora, com o grupo, voltaram a jogar. Isso é muito importante, pois promove a troca de experiências e permite que essas mulheres voltem a praticar o esporte que tanto gostam.”
Cheila Buligon Michelin também participa, mas no grupo de segunda, no Meninas da Bocha, e conta que seu interesse pelo esporte começou na infância. “Comecei a jogar aos 13 anos na minha comunidade, Linha Dois Norte. Na época, participamos de amistosos e campeonatos.” Ela destaca os benefícios do esporte: “Faz bem para o corpo e para a alma; ajuda a aperfeiçoar o foco e a concentração, além de incentivar o planejamento e as estratégias. E, claro, cria-se um círculo de grandes amizades.”
Sobre o preconceito, Cheila afirma que na comunidade ele não existe. “Acredito que a comunidade aceita a presença das mulheres, pois é um incentivo ao esporte. Não vejo preconceito masculino em nossa comunidade; ao contrário, há um grande incentivo para que sigamos em frente.”
Cheila incentiva outras mulheres a participarem do grupo. “Venham participar conosco, pois é um esporte que une as pessoas, envolvendo também as famílias, que sempre nos acompanham nos campeonatos”, afirmou ela.
O diretor de esportes do CTG, Márcio Zanini, ressalta o apoio da entidade a todos que querem praticar bocha. “Somos pioneiros nesta cancha de carpete, com as novas regras e a bocha menor. Isso facilitou o interesse de mulheres e crianças. Por exemplo, na segunda e na quinta-feira, elas estão sempre aqui. Ficamos felizes porque isso movimenta a entidade e torna o local ainda mais saudável para a presença das famílias”, contou ele.
Márcio explica que, devido à procura e ao fluxo de praticantes, a entidade vai ampliar a estrutura. “Em outubro, acreditamos que a nova cancha já estará à disposição da comunidade, também de carpete. Percebemos a necessidade de ampliar devido à grande procura, e assim os esportistas terão mais espaço e serão melhor acolhidos, tanto nos treinamentos quanto nas competições”, afirmou.
As crianças na bocha
Além de homens e mulheres, o gosto pela bocha começa cedo. O pequeno Leonardo Zanini, de 9 anos, começou a jogar aos 7. “No começo, é um pouco difícil, mas depois fica fácil. Eu venho treinar todos os dias, quando posso, venho com meu pai. É muito bom. No jogo, prefiro atirar do que pontear. Com vontade, qualquer um aprende; é só uma questão de treino”, disse ele.
Os transtornos enfrentados diariamente pelos usuários da RSC-287, que trafegam entre o Distrito de Palma e Santa Maria e vice-versa e que ficam parados até 40 minutos para cruzar a ponte provisória instalada sobre o Arroio Grande, deverão ser amenizados em até 30 dias após acertos de ordem técnica entre concessionária Sacyr e o corpo técnico do Exército. Esse foi o principal anúncio feito na reunião da Comissão de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (03), que reuniu parlamentares, representantes da empresa responsável pela exploração e duplicação da rodovia e da Agergs.
O tema entrou na pauta do colegiado a partir da solicitação feita pelo deputado Valdeci Oliveira, que tem vivenciado, desde maio, por conta das chuvas que arrastaram a ponte original, o drama dos moradores do Distrito que precisam se deslocar e retornar diariamente de Santa Maria e ficam parados por um longo período por conta do sistema "pare-e-siga" (e na sequência pagar tarifa do pedágio), uma vez que a estrutura, por questão de segurança, não comporta o tráfego contínuo nas duas mãos. "Temos trazido esse problema à Comissão de forma recorrente e em busca de uma sinalização que aponte uma solução para a trafegabilidade, mesmo que não definitiva, mas que precisa ser apresentada àquela comunidade. A situação hoje é muita crítica e é no principal acesso à cidade", destacou Valdeci. Segundo o parlamentar, o que precisa ser feito são alternativas viáveis à mobilidade que resultem num tráfego perto da normalidade, a exemplo do que foi feito em outras regiões do estado. "O que não pode é permanecer a atual situação até que os estudos, projeto e construção da nova ponte se concretizem. A ponte provisória é importante, ajudou muito, mas não resolve minimamente as necessidades daquela região, que inclui as comunidades de Palma, Arroio do Só, Arroio Grande e Restinga Sêca que se deslocam todos os dias até Santa Maria para trabalhar, estudar e ir a consultas médicas", destacou o deputado, que tem acompanhado as ações de reconstrução da infraestrutura capitaneadas pelo governo federal na Região Central.
Obras iniciam em outubro
Ao longo do debate, Leandro Conterato, diretor da Sacyr, explicou que as obras para a nova ponte ainda dependem da conclusão das sondagens geotécnicas, estudos hidrológicos e hidráulicos. "O projeto deve estar pronto ainda em setembro, com início dos trabalhos em outubro e a conclusão estimada em abril de 2025. É uma obra lenta, complexa, feita por etapas. Não existem atalhos", sustentou. Com a sugestão apresentada de se utilizar uma segunda ponte provisória do Exército, o executivo afirmou inicialmente se tratar de uma possibilidade e que tratativas para esse fim estavam ocorrendo. Antes do final do encontro, porém, o próprio Conterato anunciou que a estrutura já se encontra disponível e que agora é uma questão de ordem técnica, como construção de um aterro nas cabeceiras para que a obra fique viável. Vencida esta etapa, "em um mês é possível colocar essa segunda ponte provisória em operação", assegurou.
Outro ponto trazido por Valdeci, que ainda depende do posicionamento do governo do estado (que não enviou representante para a reunião) disse respeito ao pagamento do pedágio pelos moradores que são obrigados a se deslocarem diariamente entre os Distritos e Santa Maria, "uma situação injusta e que precisa ser revista. Por isso a presença aqui da Secretaria de Parcerias e Concessões era importante", criticou. Isenção do pagamento ou diferenciação tarifária não estão previstos no contrato de concessão da RSC-287 e dependeria da definição do poder público. Segundo Ricardo Citolin, diretor de qualidade da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), ao órgão cabe apenas acompanhar o cumprimento do contrato e fiscalizar a prestação de serviço. "A forma de como fazer é do poder concedente", explicou.
Ao final do encontro, que também contou com a participação dos deputados Airton Lima e Elton Weber, co-autores da proposta de discussão, Valdeci levantou outra questão, a de que haja mais demora para a conclusão dos trabalhos da nova ponte, uma vez que o processo precisará ser aprovado tanto pela Secretaria de Parcerias como pela própria Agergs. "O que foi dito aqui (sobre a segunda ponte provisória) traz certo alento para as comunidades. O que me preocupa é o fato de que pode haver certa lentidão (com o início das obras da estrutura definitiva). E nesse momento é fundamental que se tenha agilidade. Santa Maria, por tudo o que já passou, precisa de uma atenção especial. Vamos acompanhar e ficar atentos a todas as fases dos trabalhos e estabelecer, como fizemos no início das ações de recuperação do estado, as relações necessárias como a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS, com o ministro Paulo Pimenta e outros órgãos federais que se achar necessário", pontuou.
Fonte: Assessoria do Deputado Valdeci de Oliveira
O estado do Rio Grande do Sul tem um total de 8.682.742 pessoas aptas a participar das Eleições Municipais de 2024. O eleitorado gaúcho cresceu apenas 1,04% em relação às eleições de 2022 e 3,08% em relação à última eleição municipal, realizada em 2020. Do total de eleitores aptos, 83,50% possuem dados biométricos coletados na Justiça Eleitoral e poderão votar utilizando a sua biometria.
Entre os municípios com maior número de eleitores estão Porto Alegre, com 1.096.641; Caxias do Sul, com 347.190; Canoas, com 259.593; Pelotas, com 248.634; e Santa Maria, com 209.396. Nessas cidades com mais de 200 mil eleitores, é prevista a possibilidade de segundo turno para o cargo de prefeito, caso nenhum candidato consiga a maioria absoluta dos votos em primeiro turno. O município de Gravataí é o sexto da lista, com 193.870 eleitores, e não terá votação em segundo turno.
Nos municípios da Quarta Colônia e de Paraíso do Sul, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores em 2022, quando ocorreram as eleições para presidente, em comparação com as eleições municipais de 2024, aumentou em 2,52%. Em 2022, havia 53.649 eleitores, e em 2024, estima-se que 55.002 pessoas irão às urnas. O município com o maior índice de crescimento foi São João do Polêsine, que registrou um aumento de 3,37%, passando de 3.590 para 3.711 eleitores. Já Nova Palma foi o município que apresentou o menor crescimento no número de eleitores. Confira os dados completos por município abaixo:
Agudo
2022: 12.138 eleitores
2024: 12.562 eleitores
Aumentou: 3,49%
Dona Francisca
2022: 3.034 eleitores
2024: 3.141 eleitores
Aumentou: 3,52%
Faxinal do Soturno
2022: 5.638 eleitores
2024: 5.778 eleitores
Aumentou: 2,48%
Ivorá
2022: 1.876 eleitores
2024: 1.848 eleitores
Diminuiu: 1,49%
Nova Palma
2022: 5.138 eleitores
2024: 5.173 eleitores
Aumentou: 0,68%
Paraíso do Sul
2022: 5.291 eleitores
2024: 5.430 eleitores
Aumentou: 2,62%
Pinhal Grande
2022: 3.590 eleitores
2024: 3.711 eleitores
Aumentou: 3,37%
São João do Polêsine
2022: 2.542 eleitores
2024: 2.637 eleitores
Aumentou: 3,73%
Restinga Sêca
2022: 12.169 eleitores
2024: 12.496 eleitores
Aumentou: 2,68%
Silveira Martins
2022: 2.233 eleitores
2024: 2.226 eleitores
Diminuiu: 0,31%
Realização das eleições
As Eleições Municipais de 2024 ocorrerão em todo o país, excluindo-se o Distrito Federal e o arquipélago de Fernando de Noronha (PE). O 1º turno do pleito está marcado para 6 de outubro; já o 2º turno será no dia 27 de outubro, se necessário, em municípios com mais de 200 mil eleitores, caso a candidata ou o candidato mais votado à Prefeitura não tenha atingido a maioria absoluta, isto é, metade mais um dos votos válidos (excluídos brancos e nulos). A votação será aberta a partir das 8h, no horário de Brasília, com encerramento às 17h. O último dia para a diplomação de eleitos será 19 de dezembro.
Quais documentos devo levar para votar?
Antes de sair de casa no dia 6 de outubro, data do 1º turno das eleições de 2024, lembre-se de levar um documento oficial com foto para comprovar a sua identidade. Veja abaixo as opções válidas para apresentar na seção eleitoral:
Carteira de identidade (Registro Geral ou RG) ou a identidade social (para pessoas trans e travestis)
Passaporte
Certificado de reservista (para homens que prestaram serviços militares na reserva)
Carteira de trabalho ou de categoria profissional reconhecida por lei
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
Você também pode comprovar a sua identidade apresentando o aplicativo e-Título, desde que tenha foto e cadastro das impressões digitais na Justiça Eleitoral.
Justificativa eleitoral
Eleitores que não votarem no 1º turno e não justificarem a falta no dia da eleição devem apresentar justificativa até 5 de dezembro de 2024, em qualquer cartório eleitoral, pelo e-Título ou pelos Portais do TSE e dos TREs na internet. Já a ausência no 2º turno deve ser justificada até 7 de janeiro de 2025.
Após a primeira semana de entrevistas, em que foram ouvidos os candidatos de Silveira Martins (dia 20) e Restinga Sêca (dia 21), a Rádio São Roque se prepara para dar continuidade à série de conversas com os candidatos a prefeito dos municípios da Quarta Colônia. As entrevistas seguirão as datas definidas pelo sorteio realizado na segunda-feira (12) na emissora, com a presença dos candidatos e seus representantes.
Confira a ordem das entrevistas para as próximas semanas:
Dia 29 de agosto – São João do Polêsine
08h15 - Jaqueline Maria Schmitz Milanesi (PP)
09h25 - Cláudio Spanhol (PL)
Dia 30 de agosto – São João do Polêsine
08h15 - Carlos José da Rosa (PT)
09h25 - Águeda Foletto (MDB)
Dia 03 de setembro – Nova Palma
08h15 - Jacimar Facco (MDB)
09h25 - Jucemara Rossato (PP)
Dia 05 de setembro – Pinhal Grande
08h15 - Lucas Michelon (PP)
09h25 - Saulo João Garlet (PDT)
Dia 06 de setembro – Ivorá
08h15 - Josemar Osmari (PP)
09h25 - Saulo Piccinin (PT)
Dia 10 de setembro – Dona Francisca
08h15 - Augusto Prochnow (MDB)
09h25 - Saul Antonio Dal Forno Reck (PP)
Dia 11 de setembro – Faxinal do Soturno
08h15 - Altemir Feltrin (Maneco) (PDT)
09h25 - Lourenço Domingos Moro (MDB)
Dia 12 de setembro – Agudo
08h15 - Rui Milbradt (PP)
09h25 - Luís Henrique Kittel (PL)
Dia 16 de setembro – Agudo
08h15 - Valério Trebien (MDB)
Hoje é dia de Proerd! É com essa frase que as crianças e adolescentes demonstram a alegria e o entusiasmo que o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) traz à vida desses estudantes. Em Agudo, a soldado Carla Eliana e a soldado Thaiana Hintz são as instrutoras do programa. Antes liderado pelo policial Da Costa, após a transferência dele, em julho de 2022, Carla está à frente do programa, em 2019 ela já realizava o trabalho em Dona Francisca, e, desde o ano passado, Hintz se juntou a esse projeto que traz inúmeros benefícios para a sociedade. Cabe ressaltar que outros municípios da região também desenvolvem o programa, envolvendo crianças e adolescentes.
Carla disse à reportagem do Jornal Cidades do Vale que a maior motivação para atuar de forma voluntária no programa é a prevenção. “Nós também estamos do outro lado, quando uma mãe liga, desesperada, falando do filho que está envolvido com drogas. Em muitos casos, é praticamente irreversível quando chega a esse ponto. Então, entendendo a dor dessa mãe, acho que prevenir é o único caminho. Trabalhar desde cedo as questões e mostrar um caminho correto para aquela criança, que amanhã será o adulto, ou seja, informar cedo, para não precisar prender no futuro”, afirmou ela.
A soldado Hintz compactua do mesmo pensamento. “É muito triste quando chegamos a esse extremo, por isso prevenir é a melhor opção. Sabemos o ciclo, depois que o adolescente entra nisso, o caminho não é bom. Se com o programa conseguirmos conscientizar que esse não é o caminho, já estamos realizadas. É um trabalho de formiguinha, mas que no futuro certamente dará frutos”, destacou ela.
Em sala de aula, Carla conta que é sempre um desafio no começo das novas turmas, mas depois do tempo de adaptação o acolhimento dos alunos é grande. “Ainda se tem, culturalmente, a imagem do policial fardado como alguém que vai fazer algum tipo de represália, às vezes sem querer, e é preciso mudar isso. Os pais ameaçam as crianças dizendo que a gente vai buscar, que vai prender, como forma de passar medo, mas em sala de aula felizmente isso muda. Queremos que eles nos vejam como uma alternativa, em caso de necessidade, e não como alguém que vai fazer mal”, ressaltou ela.
Hintz conta que com o passar das aulas, já são recebidas com abraços. “Eles ficam perguntando se hoje vai ter Proerd para os professores, e quando chegamos, é um carinho só, muitos abraços. Eles entendem que nossa proposta é ajudar, fazer o bem, e com isso conseguimos passar o conteúdo necessário, contando com a confiança deles.”
Em Agudo, a meta para 2024 é atingir 100% dos quintos anos. “Trabalhamos com o ensino fundamental e médio, e nosso intuito é alcançar todos os alunos que estão no quinto ano das escolas. É a faixa etária que mais apresenta bons resultados, porque eles ainda estão em formação, então algo ainda pode ser mudado”, contou Carla.
Alguns alunos já tiveram aulas do Proerd em outras séries e, conforme Hintz, é perceptível o aluno que já teve contato com o programa. “Nós questionamos sobre algumas questões que estão na grade de ensinamento do Proerd e eles já se manifestam, lembram, e isso é importante, porque o intuito é que eles reproduzam esses ensinamentos ao longo de seu desenvolvimento”, salientou a instrutora.
De acordo com as instrutoras, a intenção é aplicar todo o conteúdo até dezembro, quando ocorre a formatura. “É sempre um momento muito emocionante e divertido. As crianças adoram, temos premiações, o nosso mascote, o Leão, a música do Proerd. É sempre um momento aguardado e muito especial para eles e para nós, que ficamos orgulhosas do trabalho feito”, afirmou Carla.
Finalizando, Hintz destacou a importância do conjunto Proerd, família e escola. “Precisamos ir na mesma direção, temos o mesmo propósito, ou seja, o bem das crianças. Então, nós, na função de instrutoras, as famílias e os professores, precisamos estar alinhados para buscar o melhor para aquelas crianças. Ficamos felizes que temos conseguido isso, uma boa aceitação das escolas, às quais agradecemos muito, e das famílias que também têm entendido o nosso propósito”, concluiu ela.
De acordo com as instrutoras, o programa, neste segundo semestre, alcança em torno de 250 alunos dos quintos anos e em torno de 180 do ensino médio.
O que é Proerd?
O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é uma iniciativa de prevenção que busca educar crianças e adolescentes sobre os perigos das drogas e da violência. Implementado pela Brigada Militar em diversas regiões do Brasil, o programa é baseado no modelo norte-americano D.A.R.E. (Drug Abuse Resistance Education) e visa capacitar os jovens a tomar decisões seguras e saudáveis.
O Proerd atua em escolas, oferecendo aulas conduzidas por policiais treinados, que utilizam metodologias interativas para ensinar habilidades de resistência às pressões que podem levar ao uso de drogas e à prática de violência. Além disso, o programa incentiva o desenvolvimento do autocontrole, da autoestima e do pensamento crítico, fortalecendo a capacidade dos estudantes de fazerem escolhas positivas.
O objetivo principal do Proerd é promover uma cultura de paz e saúde, prevenindo o envolvimento dos jovens com drogas e comportamentos violentos, e contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis.
Canção do Proerd
Existe um programa que vai lhe ajudar. Existe um amigo que vai lhe ensinar que o problema das drogas merece atenção. E para manter-se a salvo, é preciso dizer não.
Proerd é o programa. Proerd é a solução, lutando contra as drogas, ensinando a dizer não.
Cultivando o amor próprio, controlando a tensão, pensando nas consequências, resistindo à pressão. Como amar a própria vida e às drogas dizer não. Quem lhe ensina é o amigo, mas a decisão é sua.
Em clima de Olimpíadas, o Jornal Cidades do Vale entrevistou Rafael Belmonte, um destacado praticante de mountain bike e corrida. Belmonte, que já conquistou diversos títulos na categoria Elite (modalidade geral de mountain bike), compartilhou suas experiências, desafios e expectativas para o futuro no esporte.
JCV: Como você começou no mountain bike e corrida?
Rafael: Eu comecei há três anos no mountain bike, por indicação de um colega. Eu não conhecia muito esse esporte; jogava futsal duas ou três vezes por semana, mas acabava me machucando bastante, o que é comum. Meu colega me emprestou a bike e subimos o São Pio. Por ser a minha primeira vez, ele achava que eu não iria conseguir chegar lá em cima pedalando, mas consegui. Foi aí que comecei a ver resultados e a investir no esporte. Comprei minha bike e comecei a pedalar.
JCV: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou até agora?
Rafael: Eu treinei por alguns meses, acho que uns quatro ou cinco, e já fui ver como eram as competições. No primeiro ano, comecei a competir no Campeonato Gaúcho. Foi um grande desafio, por estar começando e já competir em um campeonato muito forte. Fiquei em quinto na colocação geral naquele ano e sempre tento me superar. Um dos maiores desafios foi ter subido o São Pio dez vezes. Quero quebrar esse recorde e tentar subir onze ou doze vezes, mas preciso treinar bastante. Cada corrida é um novo desafio porque nunca sabemos como serão os competidores. Existem competidores muito fortes na Elite, e sempre tentamos nos superar.
JCV: Qual é a sua rotina de treinamento semanal?
Rafael: Eu treino até duas ou três vezes por semana, conforme o tempo, o trabalho e o clima. Se chove muito, não conseguimos sair para pedalar e complementamos com treino na academia. Tenho uma parceria com a CenterFit, onde treino e divulgo a marca. Intercalo entre pedalar e treinar na academia.
JCV: Você tem algum ritual ou hábito específico antes das competições?
Rafael: Antes das competições, o foco é sempre no treino. Antes da largada, faço uma oração, pedindo ajuda para que nada de ruim aconteça durante a corrida.
JCV: Quais são seus objetivos de longo prazo no esporte?
Rafael: Como amador, o trabalho vem em primeiro lugar e a família em segundo, até em primeiro plano. Quando sobra tempo, pratico o esporte que amo. Meus objetivos são os mesmos que os dos atletas profissionais: conquistar um título gaúcho, que é meu sonho. Participar de campeonatos fora do Centro Norte, em Cachoeira, Santa Maria, e ir conquistando esses. Meu maior desejo é ganhar uma camiseta de campeão gaúcho.
JCV: Quantos títulos você já conquistou?
Rafael: Em campeonatos, eu devo ter uns cinco ou seis títulos. Cada corrida dentro do campeonato é como se fosse uma final. Nessas corridas, estou sempre entre os primeiros. Já perdi a conta de quantos troféus de primeiro lugar tenho no circuito.
JCV: Quais dicas você daria para alguém que gostaria de começar a praticar mountain bike?
Rafael: A dica para quem quer começar no esporte é chamar um amigo que já conhece e pedalar junto. Não precisa encarar o São Pio logo de cara como eu fiz, mas pode começar de leve e ir superando seus limites. Uma subida que você não conseguiu pedalar na primeira vez, não desista; na próxima, com certeza, vai conseguir. É um esporte onde você vê a evolução nítida. Pedale uma vez, subiu tanto; pedale duas, já vê que foi mais longe. Quando a pessoa percebe que está se superando, começa a gostar do esporte. Nunca desistir, porque é um esporte em que não podemos desistir. Quem começa acaba gostando e se viciando.
JCV: Algo que gostaria de acrescentar?
Rafael: Gostaria de agradecer pela iniciativa de fazer essa entrevista e essa matéria sobre um esporte que é muito importante para a saúde. Aqui não é tão conhecido em Faxinal, mas em outros municípios já é bastante conhecido. Levamos o nome da cidade para diversos lugares e, quando o narrador chama para o pódio, só de participar já é muito bom. Quando conquistamos o primeiro lugar e o narrador fala nosso nome e cidade, dá uma satisfação e orgulho. Obrigado pela oportunidade.
O município de Agudo terá neste ano uma representação feminina no Campeonato Estadual Série Bronze 2024 - Liga Sul Riograndense de Futsal. Para entender mais sobre a ideia, a reportagem do Jornal Cidades do Vale conversou com duas das atletas que lideram o projeto: Débora Anunciação e Gabriela Tischler. Confira a entrevista na íntegra:
JVC - Como surgiu a ideia de participar de uma competição estadual?
Atletas: No fundo, sempre tivemos em vista uma competição a nível estadual, acompanhamos os times que participam e temos amigas atletas que jogam. Sempre participamos de torneios regionais, de pequeno, médio e grande porte, e temos um índice muito bom de vitórias. Mas até então era uma ideia, um projeto, que estava somente na conversa para planos futuros. Tivemos um empurrãozinho, digamos, quando o Eduardo Cunha, que é um desportista aqui do município, disse: "Por que não? Vocês são capazes." Ele tomou a frente da ideia e deu início ao projeto.
JVC - Como ocorreu a montagem do elenco?
Atletas: Temos muitas atletas no município, que são muito boas, não só no AGA, mas em outros clubes da cidade. Algumas meninas do nosso grupo já estão jogando a competição e neste ano não conseguem jogar conosco. Então fizemos uma fusão dos times, juntamos algumas meninas das equipes do município e, por jogarmos torneios em várias regiões do estado, conhecemos vários times e atletas. Convidamos algumas atletas da região para reforçar nossa equipe.
JCV - Quais são os principais desafios de fazer futsal feminino?
Atletas: Temos muitos desafios, acredite. O esporte na modalidade feminina é pouco valorizado como um todo. De modo geral, uma das maiores dificuldades é o apoio financeiro. Somos um time independente, sem vínculo com uma entidade, com poucos recursos para irmos tão longe, mas nunca desistimos. Seguimos sempre na luta para dar visibilidade à categoria e somos extremamente gratas aos cidadãos, empresas e autoridades do poder público que nos apoiam. Outro fator difícil é administrar uma equipe, pois cada uma tem diferentes personalidades e pensamentos. Mas acredito ser a parte mais incrível e enriquecedora para qualquer equipe. São essas diferenças que realmente fazem a diferença e fazem com que a equipe cresça. Ninguém é igual a ninguém! Cada pessoa tem um modo de ver o mundo, um ponto de vista, uma ideia de um mesmo assunto ou situação. Isso é incrível demais, pessoas diferentes, mas que compartilham o mesmo objetivo.
JVC - Vocês (Débora e Gabi), que estão encabeçando esse desafio, como foi a inserção no futebol feminino?
Atletas: Ambas jogam desde pequenas, dá pra se dizer que nascemos amando o esporte. Desde assistir, torcer, até entrar em quadra e praticar. Quando nossos caminhos se cruzaram, há mais ou menos três anos, juntamos nossa paixão com a de mais algumas meninas aqui da cidade e montamos o AGA, inicialmente por puro lazer e depois visando o municipal e daí em diante só pra frente. Sempre estamos na luta para conquistarmos nosso espaço.
JCV - Qual é a expectativa para a competição e o desempenho de Agudo?
Atletas: A expectativa é muito positiva, muito boa. Estamos trabalhando toda semana, com dedicação, para que o resultado seja o melhor possível.
JVC- Quantas equipes participam? Quando começam os jogos? Qual é a primeira rodada?
Atletas: Ainda não sabemos ao certo, pois haverá uma reunião, o congresso no dia 10 de agosto para decidirmos tudo isso. Mas os jogos começam no dia 18 de agosto.
JCV - Para as meninas que estão começando no futebol feminino, qual o conselho que vocês dariam?
Atletas: Não desistam! Mesmo que apareçam dificuldades, e elas vão aparecer, mesmo quando acharem que não dá... Dá sim, você é capaz, acredite! Sonhe e corra atrás de seu sonho, não se acomode. Todas nós merecemos ter espaço para brilhar. Eu, Débora, estou praticamente aposentando as chuteiras. Minha missão dentro de quadras está se acabando, mas tenho a certeza que fora delas está apenas começando. O que eu puder fazer por essas meninas eu farei, ensinando, incentivando, torcendo e dando o máximo possível.