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Silveira Martins

Bocha para todos: A expansão do esporte entre famílias, mulheres e crianças

O CTG Liberdade de Silveira Martins abre as porteiras para os praticantes de bocha na região. Com torneios e eventos, o local acolhe aqueles que escolhem a bocha como seu esporte favorito. Indo além do tradicional, que normalmente é a participação masculina na bocha, a entidade evoluiu e inseriu também mulheres e crianças na prática.

O patrão da entidade, Vilmar Antônio Vieira, está envolvido há 14 anos e destaca a importância de incentivar o esporte. “Temos que motivar as pessoas na bocha, e o CTG acolhe a todos com muito carinho. Muitos vêm pela bocha e acabam se envolvendo nas demais atividades que realizamos aqui. Recebemos famílias, onde o marido joga, a esposa também, o filho participa da invernada e joga também. É um lugar familiar, e esperamos que, cada vez mais, as pessoas participem e conheçam o nosso trabalho”, afirmou ele.

 

Mulheres na bocha

O idealizador e incentivador da participação das mulheres na bocha foi Altair Tolfo. Ele conta que o grupo de treinamento começou por iniciativa das próprias mulheres. “Em junho começamos; a Josi e a Charlise me disseram que queriam jogar. Eu disse: arrumem umas cinco ou seis meninas e vamos começar. E aí elas começaram a mobilizar as meninas pelo WhatsApp. No dia do primeiro treino, apareceram 10, e eu percebi que elas estavam realmente motivadas”, relatou ele.

Tolfo conta que os treinamentos ocorrem todas as quintas-feiras. “Elas ficam ansiosas esperando a quinta-feira para o treinamento. É um momento de diversão, elas riem, aprendem, mas sem pressão; tudo é pela amizade e pela diversão. Algumas nunca tinham jogado, e hoje já melhoraram muito. Então, tem sido assim, com alegria e leveza, que elas têm aproveitado as noites de quinta-feira”, destacou Tolfo.

No sábado da última semana, elas participaram da primeira competição. “Fomos competir no Caravel, em Vale Vêneto, e elas gostaram. Tiveram um bom desempenho, especialmente para quem está começando. Além disso, lá a quadra era sintética, e elas treinam no carpete, o que muda bastante. Foi a primeira competição, e tenho certeza de que logo participarão de mais. Elas se sentiram bem, mas tudo no tempo delas. Se acharem que vale a pena participar, nós apoiamos”, ressaltou. Além de Tolfo, também incentivam diretamente as mulheres Evandro Noal, José Zanini, o Zequinha e Eliseu Ribas.

Uma das mulheres que iniciou a mobilização do grupo foi Charlise Tolfo. Ela conta que o gosto pela bocha começou com o pai, Altair. “Eu sempre vinha vê-lo jogar; ele sempre foi envolvido com o esporte. Um dia, me perguntei: por que as mulheres não jogam? Não temos tantas opções de lazer aqui em Silveira Martins. Falei com meu pai, ele disse que dava, mas tinha que ter meninas. Comecei a enviar mensagens, e elas foram aceitando. A cada treino, mais meninas iam vindo; no terceiro treino, já éramos 18”, contou ela.

Segundo Charlise, mais de 30 mulheres praticam bocha no CTG Liberdade. “O grupo foi crescendo, e infelizmente tivemos que recusar mais meninas. Elas se juntaram e criaram um grupo para treinar às segundas-feiras. Então, atualmente, mais de 30 mulheres praticam o esporte aqui no CTG. É muito bom ver isso crescer, e as mulheres gostaram da ideia. Isso me deixa muito feliz”, ressaltou.

Charlise conta que os treinos são pura alegria. “É muito bom! Se tivesse mais dias, nós viríamos. Nos divertimos, aprendemos bastante, e, após os treinos, temos jantares, um momento de confraternização que melhorou a rotina das mulheres. Nosso grupo se chama 'As Gurias da Quinta'; o Fino nos batizou assim, e já fizemos nossas camisetas, tudo certinho. Mesmo sendo um esporte predominantemente masculino, percebemos que está ganhando espaço. Em outras cidades, isso já está mais consolidado, mas estamos no caminho. Estamos apenas começando.”

Além das iniciantes, Charlise conta que outras mulheres, com mais experiência, também retomaram a prática. “Há meninas que nunca jogaram e outras que já praticavam no passado e, agora, com o grupo, voltaram a jogar. Isso é muito importante, pois promove a troca de experiências e permite que essas mulheres voltem a praticar o esporte que tanto gostam.”

Cheila Buligon Michelin também participa, mas no grupo de segunda, no Meninas da Bocha, e conta que seu interesse pelo esporte começou na infância. “Comecei a jogar aos 13 anos na minha comunidade, Linha Dois Norte. Na época, participamos de amistosos e campeonatos.” Ela destaca os benefícios do esporte: “Faz bem para o corpo e para a alma; ajuda a aperfeiçoar o foco e a concentração, além de incentivar o planejamento e as estratégias. E, claro, cria-se um círculo de grandes amizades.”

Sobre o preconceito, Cheila afirma que na comunidade ele não existe. “Acredito que a comunidade aceita a presença das mulheres, pois é um incentivo ao esporte. Não vejo preconceito masculino em nossa comunidade; ao contrário, há um grande incentivo para que sigamos em frente.”

Cheila incentiva outras mulheres a participarem do grupo. “Venham participar conosco, pois é um esporte que une as pessoas, envolvendo também as famílias, que sempre nos acompanham nos campeonatos”, afirmou ela.

O diretor de esportes do CTG, Márcio Zanini, ressalta o apoio da entidade a todos que querem praticar bocha. “Somos pioneiros nesta cancha de carpete, com as novas regras e a bocha menor. Isso facilitou o interesse de mulheres e crianças. Por exemplo, na segunda e na quinta-feira, elas estão sempre aqui. Ficamos felizes porque isso movimenta a entidade e torna o local ainda mais saudável para a presença das famílias”, contou ele.

Márcio explica que, devido à procura e ao fluxo de praticantes, a entidade vai ampliar a estrutura. “Em outubro, acreditamos que a nova cancha já estará à disposição da comunidade, também de carpete. Percebemos a necessidade de ampliar devido à grande procura, e assim os esportistas terão mais espaço e serão melhor acolhidos, tanto nos treinamentos quanto nas competições”, afirmou.

 

As crianças na bocha

Além de homens e mulheres, o gosto pela bocha começa cedo. O pequeno Leonardo Zanini, de 9 anos, começou a jogar aos 7. “No começo, é um pouco difícil, mas depois fica fácil. Eu venho treinar todos os dias, quando posso, venho com meu pai. É muito bom. No jogo, prefiro atirar do que pontear. Com vontade, qualquer um aprende; é só uma questão de treino”, disse ele.

Região

Exército brasileiro disponibilizará uma segunda ponte provisória para travessia do Arroio Grande

Os transtornos enfrentados diariamente pelos usuários da RSC-287, que trafegam entre o Distrito de Palma e Santa Maria e vice-versa e que ficam parados até 40 minutos para cruzar a ponte provisória instalada sobre o Arroio Grande, deverão ser amenizados em até 30 dias após acertos de ordem técnica entre concessionária Sacyr e o corpo técnico do Exército. Esse foi o principal anúncio feito na reunião da Comissão de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (03), que reuniu parlamentares, representantes da empresa responsável pela exploração e duplicação da rodovia e da Agergs.

O tema entrou na pauta do colegiado a partir da solicitação feita pelo deputado Valdeci Oliveira, que tem vivenciado, desde maio, por conta das chuvas que arrastaram a ponte original, o drama dos moradores do Distrito que precisam se deslocar e retornar diariamente de Santa Maria e ficam parados por um longo período por conta do sistema "pare-e-siga" (e na sequência pagar tarifa do pedágio), uma vez que a estrutura, por questão de segurança, não comporta o tráfego contínuo nas duas mãos. "Temos trazido esse problema à Comissão de forma recorrente e em busca de uma sinalização que aponte uma solução para a trafegabilidade, mesmo que não definitiva, mas que precisa ser apresentada àquela comunidade. A situação hoje é muita crítica e é no principal acesso à cidade", destacou Valdeci. Segundo o parlamentar, o que precisa ser feito são alternativas viáveis à mobilidade que resultem num tráfego perto da normalidade, a exemplo do que foi feito em outras regiões do estado. "O que não pode é permanecer a atual situação até que os estudos, projeto e construção da nova ponte se concretizem. A ponte provisória é importante, ajudou muito, mas não resolve minimamente as necessidades daquela região, que inclui as comunidades de Palma, Arroio do Só, Arroio Grande e Restinga Sêca que se deslocam todos os dias até Santa Maria para trabalhar, estudar e ir a consultas médicas", destacou o deputado, que tem acompanhado as ações de reconstrução da infraestrutura capitaneadas pelo governo federal na Região Central.

 

Obras iniciam em outubro

Ao longo do debate, Leandro Conterato, diretor da Sacyr, explicou que as obras para a nova ponte ainda dependem da conclusão das sondagens geotécnicas, estudos hidrológicos e hidráulicos. "O projeto deve estar pronto ainda em setembro, com início dos trabalhos em outubro e a conclusão estimada em abril de 2025. É uma obra lenta, complexa, feita por etapas. Não existem atalhos", sustentou. Com a sugestão apresentada de se utilizar uma segunda ponte provisória do Exército, o executivo afirmou inicialmente se tratar de uma possibilidade e que tratativas para esse fim estavam ocorrendo. Antes do final do encontro, porém, o próprio Conterato anunciou que a estrutura já se encontra disponível e que agora é uma questão de ordem técnica, como construção de um aterro nas cabeceiras para que a obra fique viável. Vencida esta etapa, "em um mês é possível colocar essa segunda ponte provisória em operação", assegurou.

Outro ponto trazido por Valdeci, que ainda depende do posicionamento do governo do estado (que não enviou representante para a reunião) disse respeito ao pagamento do pedágio pelos moradores que são obrigados a se deslocarem diariamente entre os Distritos e Santa Maria, "uma situação injusta e que precisa ser revista. Por isso a presença aqui da Secretaria de Parcerias e Concessões era importante", criticou. Isenção do pagamento ou diferenciação tarifária não estão previstos no contrato de concessão da RSC-287 e dependeria da definição do poder público. Segundo Ricardo Citolin, diretor de qualidade da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs), ao órgão cabe apenas acompanhar o cumprimento do contrato e fiscalizar a prestação de serviço. "A forma de como fazer é do poder concedente", explicou.

Ao final do encontro, que também contou com a participação dos deputados Airton Lima e Elton Weber, co-autores da proposta de discussão, Valdeci levantou outra questão, a de que haja mais demora para a conclusão dos trabalhos da nova ponte, uma vez que o processo precisará ser aprovado tanto pela Secretaria de Parcerias como pela própria Agergs. "O que foi dito aqui (sobre a segunda ponte provisória) traz certo alento para as comunidades. O que me preocupa é o fato de que pode haver certa lentidão (com o início das obras da estrutura definitiva). E nesse momento é fundamental que se tenha agilidade. Santa Maria, por tudo o que já passou, precisa de uma atenção especial. Vamos acompanhar e ficar atentos a todas as fases dos trabalhos e estabelecer, como fizemos no início das ações de recuperação do estado, as relações necessárias como a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS, com o ministro Paulo Pimenta e outros órgãos federais que se achar necessário", pontuou.



Fonte: Assessoria do Deputado Valdeci de Oliveira

Região

55.002 eleitores devem ir às urnas nos 10 municípios da região

O estado do Rio Grande do Sul tem um total de 8.682.742 pessoas aptas a participar das Eleições Municipais de 2024. O eleitorado gaúcho cresceu apenas 1,04% em relação às eleições de 2022 e 3,08% em relação à última eleição municipal, realizada em 2020. Do total de eleitores aptos, 83,50% possuem dados biométricos coletados na Justiça Eleitoral e poderão votar utilizando a sua biometria.

Entre os municípios com maior número de eleitores estão Porto Alegre, com 1.096.641; Caxias do Sul, com 347.190; Canoas, com 259.593; Pelotas, com 248.634; e Santa Maria, com 209.396. Nessas cidades com mais de 200 mil eleitores, é prevista a possibilidade de segundo turno para o cargo de prefeito, caso nenhum candidato consiga a maioria absoluta dos votos em primeiro turno. O município de Gravataí é o sexto da lista, com 193.870 eleitores, e não terá votação em segundo turno.

Nos municípios da Quarta Colônia e de Paraíso do Sul, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores em 2022, quando ocorreram as eleições para presidente, em comparação com as eleições municipais de 2024, aumentou em 2,52%. Em 2022, havia 53.649 eleitores, e em 2024, estima-se que 55.002 pessoas irão às urnas. O município com o maior índice de crescimento foi São João do Polêsine, que registrou um aumento de 3,37%, passando de 3.590 para 3.711 eleitores. Já Nova Palma foi o município que apresentou o menor crescimento no número de eleitores. Confira os dados completos por município abaixo:

 

Agudo

2022: 12.138 eleitores

2024: 12.562 eleitores

Aumentou: 3,49%

 

Dona Francisca

2022: 3.034 eleitores

2024: 3.141 eleitores

Aumentou: 3,52%

 

Faxinal do Soturno

2022: 5.638 eleitores

2024: 5.778 eleitores

Aumentou: 2,48%

 

Ivorá

2022: 1.876 eleitores

2024: 1.848 eleitores

Diminuiu: 1,49%

 

Nova Palma

2022: 5.138 eleitores

2024: 5.173 eleitores

Aumentou: 0,68%

 

Paraíso do Sul

2022: 5.291 eleitores

2024: 5.430 eleitores

Aumentou: 2,62%

 

Pinhal Grande

2022: 3.590 eleitores

2024: 3.711 eleitores

Aumentou: 3,37%

 

São João do Polêsine

2022: 2.542 eleitores

2024: 2.637 eleitores

Aumentou: 3,73%

 

Restinga Sêca

2022: 12.169 eleitores

2024: 12.496 eleitores

Aumentou: 2,68%

 

Silveira Martins

2022: 2.233 eleitores

2024: 2.226 eleitores

Diminuiu: 0,31%

 

Realização das eleições

As Eleições Municipais de 2024 ocorrerão em todo o país, excluindo-se o Distrito Federal e o arquipélago de Fernando de Noronha (PE). O 1º turno do pleito está marcado para 6 de outubro; já o 2º turno será no dia 27 de outubro, se necessário, em municípios com mais de 200 mil eleitores, caso a candidata ou o candidato mais votado à Prefeitura não tenha atingido a maioria absoluta, isto é, metade mais um dos votos válidos (excluídos brancos e nulos). A votação será aberta a partir das 8h, no horário de Brasília, com encerramento às 17h. O último dia para a diplomação de eleitos será 19 de dezembro.

 

Quais documentos devo levar para votar?

Antes de sair de casa no dia 6 de outubro, data do 1º turno das eleições de 2024, lembre-se de levar um documento oficial com foto para comprovar a sua identidade. Veja abaixo as opções válidas para apresentar na seção eleitoral:

Carteira de identidade (Registro Geral ou RG) ou a identidade social (para pessoas trans e travestis)

Passaporte

Certificado de reservista (para homens que prestaram serviços militares na reserva)

Carteira de trabalho ou de categoria profissional reconhecida por lei

Carteira Nacional de Habilitação (CNH)

Você também pode comprovar a sua identidade apresentando o aplicativo e-Título, desde que tenha foto e cadastro das impressões digitais na Justiça Eleitoral.

 

Justificativa eleitoral

Eleitores que não votarem no 1º turno e não justificarem a falta no dia da eleição devem apresentar justificativa até 5 de dezembro de 2024, em qualquer cartório eleitoral, pelo e-Título ou pelos Portais do TSE e dos TREs na internet. Já a ausência no 2º turno deve ser justificada até 7 de janeiro de 2025.

Região

Confira os próximos candidatos a serem entrevistados na Rádio São Roque

 

Após a primeira semana de entrevistas, em que foram ouvidos os candidatos de Silveira Martins (dia 20) e Restinga Sêca (dia 21), a Rádio São Roque se prepara para dar continuidade à série de conversas com os candidatos a prefeito dos municípios da Quarta Colônia. As entrevistas seguirão as datas definidas pelo sorteio realizado na segunda-feira (12) na emissora, com a presença dos candidatos e seus representantes.

 

Confira a ordem das entrevistas para as próximas semanas:

Dia 29 de agosto – São João do Polêsine

08h15 - Jaqueline Maria Schmitz Milanesi (PP)

09h25 - Cláudio Spanhol (PL)

 

Dia 30 de agosto – São João do Polêsine

08h15 - Carlos José da Rosa (PT)

09h25 - Águeda Foletto (MDB)

 

Dia 03 de setembro – Nova Palma

08h15 - Jacimar Facco (MDB)

09h25 - Jucemara Rossato (PP)

 

Dia 05 de setembro – Pinhal Grande

08h15 - Lucas Michelon (PP)

09h25 - Saulo João Garlet (PDT)

 

Dia 06 de setembro – Ivorá

08h15 - Josemar Osmari (PP)

09h25 - Saulo Piccinin (PT)

 

Dia 10 de setembro – Dona Francisca

08h15 - Augusto Prochnow (MDB)

09h25 - Saul Antonio Dal Forno Reck (PP)

 

Dia 11 de setembro – Faxinal do Soturno

08h15 - Altemir Feltrin (Maneco) (PDT)

09h25 - Lourenço Domingos Moro (MDB)

 

Dia 12 de setembro – Agudo

08h15 - Rui Milbradt (PP)

09h25 - Luís Henrique Kittel (PL)

 

Dia 16 de setembro – Agudo

08h15 - Valério Trebien (MDB)

 

Agudo

Proerd em ação: Transformando vidas

Hoje é dia de Proerd! É com essa frase que as crianças e adolescentes demonstram a alegria e o entusiasmo que o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) traz à vida desses estudantes. Em Agudo, a soldado Carla Eliana e a soldado Thaiana Hintz são as instrutoras do programa. Antes liderado pelo policial Da Costa, após a transferência dele, em julho de 2022, Carla está à frente do programa, em 2019 ela já realizava o trabalho em Dona Francisca, e, desde o ano passado, Hintz se juntou a esse projeto que traz inúmeros benefícios para a sociedade. Cabe ressaltar que outros municípios da região também desenvolvem o programa, envolvendo crianças e adolescentes. 

Carla disse à reportagem do Jornal Cidades do Vale que a maior motivação para atuar de forma voluntária no programa é a prevenção. “Nós também estamos do outro lado, quando uma mãe liga, desesperada, falando do filho que está envolvido com drogas. Em muitos casos, é praticamente irreversível quando chega a esse ponto. Então, entendendo a dor dessa mãe, acho que prevenir é o único caminho. Trabalhar desde cedo as questões e mostrar um caminho correto para aquela criança, que amanhã será o adulto, ou seja, informar cedo, para não precisar prender no futuro”, afirmou ela.

A soldado Hintz compactua do mesmo pensamento. “É muito triste quando chegamos a esse extremo, por isso prevenir é a melhor opção. Sabemos o ciclo, depois que o adolescente entra nisso, o caminho não é bom. Se com o programa conseguirmos conscientizar que esse não é o caminho, já estamos realizadas. É um trabalho de formiguinha, mas que no futuro certamente dará frutos”, destacou ela.

Em sala de aula, Carla conta que é sempre um desafio no começo das novas turmas, mas depois do tempo de adaptação o acolhimento dos alunos é grande. “Ainda se tem, culturalmente, a imagem do policial fardado como alguém que vai fazer algum tipo de represália, às vezes sem querer, e é preciso mudar isso. Os pais ameaçam as crianças dizendo que a gente vai buscar, que vai prender, como forma de passar medo, mas em sala de aula felizmente isso muda. Queremos que eles nos vejam como uma alternativa, em caso de necessidade, e não como alguém que vai fazer mal”, ressaltou ela.

Hintz conta que com o passar das aulas, já são recebidas com abraços. “Eles ficam perguntando se hoje vai ter Proerd para os professores, e quando chegamos, é um carinho só, muitos abraços. Eles entendem que nossa proposta é ajudar, fazer o bem, e com isso conseguimos passar o conteúdo necessário, contando com a confiança deles.”

Em Agudo, a meta para 2024 é atingir 100% dos quintos anos. “Trabalhamos com o ensino fundamental e médio, e nosso intuito é alcançar todos os alunos que estão no quinto ano das escolas. É a faixa etária que mais apresenta bons resultados, porque eles ainda estão em formação, então algo ainda pode ser mudado”, contou Carla.

Alguns alunos já tiveram aulas do Proerd em outras séries e, conforme Hintz, é perceptível o aluno que já teve contato com o programa. “Nós questionamos sobre algumas questões que estão na grade de ensinamento do Proerd e eles já se manifestam, lembram, e isso é importante, porque o intuito é que eles reproduzam esses ensinamentos ao longo de seu desenvolvimento”, salientou a instrutora.

De acordo com as instrutoras, a intenção é aplicar todo o conteúdo até dezembro, quando ocorre a formatura. “É sempre um momento muito emocionante e divertido. As crianças adoram, temos premiações, o nosso mascote, o Leão, a música do Proerd. É sempre um momento aguardado e muito especial para eles e para nós, que ficamos orgulhosas do trabalho feito”, afirmou Carla.

Finalizando, Hintz destacou a importância do conjunto Proerd, família e escola. “Precisamos ir na mesma direção, temos o mesmo propósito, ou seja, o bem das crianças. Então, nós, na função de instrutoras, as famílias e os professores, precisamos estar alinhados para buscar o melhor para aquelas crianças. Ficamos felizes que temos conseguido isso, uma boa aceitação das escolas, às quais agradecemos muito, e das famílias que também têm entendido o nosso propósito”, concluiu ela.

De acordo com as instrutoras, o programa, neste segundo semestre, alcança em torno de 250 alunos dos quintos anos e em torno de 180 do ensino médio.

 

O que é Proerd?

O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é uma iniciativa de prevenção que busca educar crianças e adolescentes sobre os perigos das drogas e da violência. Implementado pela Brigada Militar em diversas regiões do Brasil, o programa é baseado no modelo norte-americano D.A.R.E. (Drug Abuse Resistance Education) e visa capacitar os jovens a tomar decisões seguras e saudáveis.

O Proerd atua em escolas, oferecendo aulas conduzidas por policiais treinados, que utilizam metodologias interativas para ensinar habilidades de resistência às pressões que podem levar ao uso de drogas e à prática de violência. Além disso, o programa incentiva o desenvolvimento do autocontrole, da autoestima e do pensamento crítico, fortalecendo a capacidade dos estudantes de fazerem escolhas positivas.

O objetivo principal do Proerd é promover uma cultura de paz e saúde, prevenindo o envolvimento dos jovens com drogas e comportamentos violentos, e contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis.

 

Canção do Proerd

Existe um programa que vai lhe ajudar. Existe um amigo que vai lhe ensinar que o problema das drogas merece atenção. E para manter-se a salvo, é preciso dizer não.

Proerd é o programa. Proerd é a solução, lutando contra as drogas, ensinando a dizer não.

Cultivando o amor próprio, controlando a tensão, pensando nas consequências, resistindo à pressão. Como amar a própria vida e às drogas dizer não. Quem lhe ensina é o amigo, mas a decisão é sua.

 

Faxinal Do Soturno

Desafios e conquistas no mundo do mountain bike e corrida

Em clima de Olimpíadas, o Jornal Cidades do Vale entrevistou Rafael Belmonte, um destacado praticante de mountain bike e corrida. Belmonte, que já conquistou diversos títulos na categoria Elite (modalidade geral de mountain bike), compartilhou suas experiências, desafios e expectativas para o futuro no esporte.

JCV: Como você começou no mountain bike e corrida?

Rafael: Eu comecei há três anos no mountain bike, por indicação de um colega. Eu não conhecia muito esse esporte; jogava futsal duas ou três vezes por semana, mas acabava me machucando bastante, o que é comum. Meu colega me emprestou a bike e subimos o São Pio. Por ser a minha primeira vez, ele achava que eu não iria conseguir chegar lá em cima pedalando, mas consegui. Foi aí que comecei a ver resultados e a investir no esporte. Comprei minha bike e comecei a pedalar.

JCV: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou até agora?

Rafael: Eu treinei por alguns meses, acho que uns quatro ou cinco, e já fui ver como eram as competições. No primeiro ano, comecei a competir no Campeonato Gaúcho. Foi um grande desafio, por estar começando e já competir em um campeonato muito forte. Fiquei em quinto na colocação geral naquele ano e sempre tento me superar. Um dos maiores desafios foi ter subido o São Pio dez vezes. Quero quebrar esse recorde e tentar subir onze ou doze vezes, mas preciso treinar bastante. Cada corrida é um novo desafio porque nunca sabemos como serão os competidores. Existem competidores muito fortes na Elite, e sempre tentamos nos superar.

JCV: Qual é a sua rotina de treinamento semanal?

Rafael: Eu treino até duas ou três vezes por semana, conforme o tempo, o trabalho e o clima. Se chove muito, não conseguimos sair para pedalar e complementamos com treino na academia. Tenho uma parceria com a CenterFit, onde treino e divulgo a marca. Intercalo entre pedalar e treinar na academia.

JCV: Você tem algum ritual ou hábito específico antes das competições?

Rafael: Antes das competições, o foco é sempre no treino. Antes da largada, faço uma oração, pedindo ajuda para que nada de ruim aconteça durante a corrida.

JCV: Quais são seus objetivos de longo prazo no esporte?

Rafael: Como amador, o trabalho vem em primeiro lugar e a família em segundo, até em primeiro plano. Quando sobra tempo, pratico o esporte que amo. Meus objetivos são os mesmos que os dos atletas profissionais: conquistar um título gaúcho, que é meu sonho. Participar de campeonatos fora do Centro Norte, em Cachoeira, Santa Maria, e ir conquistando esses. Meu maior desejo é ganhar uma camiseta de campeão gaúcho.

JCV: Quantos títulos você já conquistou?

Rafael: Em campeonatos, eu devo ter uns cinco ou seis títulos. Cada corrida dentro do campeonato é como se fosse uma final. Nessas corridas, estou sempre entre os primeiros. Já perdi a conta de quantos troféus de primeiro lugar tenho no circuito.

JCV: Quais dicas você daria para alguém que gostaria de começar a praticar mountain bike?

Rafael: A dica para quem quer começar no esporte é chamar um amigo que já conhece e pedalar junto. Não precisa encarar o São Pio logo de cara como eu fiz, mas pode começar de leve e ir superando seus limites. Uma subida que você não conseguiu pedalar na primeira vez, não desista; na próxima, com certeza, vai conseguir. É um esporte onde você vê a evolução nítida. Pedale uma vez, subiu tanto; pedale duas, já vê que foi mais longe. Quando a pessoa percebe que está se superando, começa a gostar do esporte. Nunca desistir, porque é um esporte em que não podemos desistir. Quem começa acaba gostando e se viciando.

JCV: Algo que gostaria de acrescentar?

Rafael: Gostaria de agradecer pela iniciativa de fazer essa entrevista e essa matéria sobre um esporte que é muito importante para a saúde. Aqui não é tão conhecido em Faxinal, mas em outros municípios já é bastante conhecido. Levamos o nome da cidade para diversos lugares e, quando o narrador chama para o pódio, só de participar já é muito bom. Quando conquistamos o primeiro lugar e o narrador fala nosso nome e cidade, dá uma satisfação e orgulho. Obrigado pela oportunidade.

 

Agudo

Município jogará a Série Bronze do Futsal Feminino do Estado

O município de Agudo terá neste ano uma representação feminina no Campeonato Estadual Série Bronze 2024 - Liga Sul Riograndense de Futsal. Para entender mais sobre a ideia, a reportagem do Jornal Cidades do Vale conversou com duas das atletas que lideram o projeto: Débora Anunciação e Gabriela Tischler. Confira a entrevista na íntegra:

JVC - Como surgiu a ideia de participar de uma competição estadual?

Atletas: No fundo, sempre tivemos em vista uma competição a nível estadual, acompanhamos os times que participam e temos amigas atletas que jogam. Sempre participamos de torneios regionais, de pequeno, médio e grande porte, e temos um índice muito bom de vitórias. Mas até então era uma ideia, um projeto, que estava somente na conversa para planos futuros. Tivemos um empurrãozinho, digamos, quando o Eduardo Cunha, que é um desportista aqui do município, disse: "Por que não? Vocês são capazes." Ele tomou a frente da ideia e deu início ao projeto.

JVC - Como ocorreu a montagem do elenco?

Atletas: Temos muitas atletas no município, que são muito boas, não só no AGA, mas em outros clubes da cidade. Algumas meninas do nosso grupo já estão jogando a competição e neste ano não conseguem jogar conosco. Então fizemos uma fusão dos times, juntamos algumas meninas das equipes do município e, por jogarmos torneios em várias regiões do estado, conhecemos vários times e atletas. Convidamos algumas atletas da região para reforçar nossa equipe.

JCV - Quais são os principais desafios de fazer futsal feminino?

Atletas: Temos muitos desafios, acredite. O esporte na modalidade feminina é pouco valorizado como um todo. De modo geral, uma das maiores dificuldades é o apoio financeiro. Somos um time independente, sem vínculo com uma entidade, com poucos recursos para irmos tão longe, mas nunca desistimos. Seguimos sempre na luta para dar visibilidade à categoria e somos extremamente gratas aos cidadãos, empresas e autoridades do poder público que nos apoiam. Outro fator difícil é administrar uma equipe, pois cada uma tem diferentes personalidades e pensamentos. Mas acredito ser a parte mais incrível e enriquecedora para qualquer equipe. São essas diferenças que realmente fazem a diferença e fazem com que a equipe cresça. Ninguém é igual a ninguém! Cada pessoa tem um modo de ver o mundo, um ponto de vista, uma ideia de um mesmo assunto ou situação. Isso é incrível demais, pessoas diferentes, mas que compartilham o mesmo objetivo.

JVC - Vocês (Débora e Gabi), que estão encabeçando esse desafio, como foi a inserção no futebol feminino?

Atletas: Ambas jogam desde pequenas, dá pra se dizer que nascemos amando o esporte. Desde assistir, torcer, até entrar em quadra e praticar. Quando nossos caminhos se cruzaram, há mais ou menos três anos, juntamos nossa paixão com a de mais algumas meninas aqui da cidade e montamos o AGA, inicialmente por puro lazer e depois visando o municipal e daí em diante só pra frente. Sempre estamos na luta para conquistarmos nosso espaço.

JCV - Qual é a expectativa para a competição e o desempenho de Agudo?

Atletas: A expectativa é muito positiva, muito boa. Estamos trabalhando toda semana, com dedicação, para que o resultado seja o melhor possível.

JVC- Quantas equipes participam? Quando começam os jogos? Qual é a primeira rodada?

Atletas: Ainda não sabemos ao certo, pois haverá uma reunião, o congresso no dia 10 de agosto para decidirmos tudo isso. Mas os jogos começam no dia 18 de agosto.

JCV - Para as meninas que estão começando no futebol feminino, qual o conselho que vocês dariam?

Atletas: Não desistam! Mesmo que apareçam dificuldades, e elas vão aparecer, mesmo quando acharem que não dá... Dá sim, você é capaz, acredite! Sonhe e corra atrás de seu sonho, não se acomode. Todas nós merecemos ter espaço para brilhar. Eu, Débora, estou praticamente aposentando as chuteiras. Minha missão dentro de quadras está se acabando, mas tenho a certeza que fora delas está apenas começando. O que eu puder fazer por essas meninas eu farei, ensinando, incentivando, torcendo e dando o máximo possível.

Agudo

Família Büse: Tradição e dedicação no plantio de fumo na Linha Teutônia Sul

O plantio de fumo já está em andamento na região. Em Agudo, na Linha Teutônia Sul, a família Büse está a todo vapor. Com uma estimativa de 130 mil pés, restam apenas 40 mil para serem plantados. O pai, Eleri Carlos Büse, o filho, Verner Nestor Büse, a mãe, Vanilda Hamann Büse, e o pequeno Wallace Büse conduzem a propriedade. No total, são 17 anos morando na localidade e cultivando tabaco.

Verner conta que a rotina é intensa. “Todos os dias temos algo para fazer, não há hora, chuva ou sol, precisamos trabalhar. Cada fase exige um pouco mais; a colheita geralmente é o momento em que temos mais serviço, pois precisamos ir à lavoura e depois realizar todo o trabalho no galpão”, disse ele.

De acordo com Eleri, o ciclo é de 80 dias. “Fizemos o plantio agora e, dentro de mais ou menos 80 dias, já começamos as primeiras colheitas. Hoje em dia, já ficou mais fácil, mesmo ainda não tendo todo o processo mecanizado. Muitas coisas avançaram na cultura e têm facilitado a nossa vida”, salientou o pai.

Verner ressalta a dificuldade na mão de obra. “Atualmente, o maior desafio é a mão de obra. É difícil encontrar quem queira trabalhar, e quando encontramos, o valor da diária é considerável. Claro, se você precisa de ajuda poucas vezes, tudo bem, mas se precisar por uma sequência de dias, já se torna pesado. Essa é a realidade: poucas pessoas querem esse trabalho e, sozinhos, não conseguimos fazer tudo. Então, dependemos de ajuda”, explicou ele.

A família explica que conta com o apoio da Afubra e da fumageira. “Somos gratos à Afubra pela parceria; nossos materiais para o cultivo são basicamente todos de lá, além do instrutor da fumageira que também nos presta assistência. Com bons produtos e a troca de experiências, as safras têm sido boas. Não podemos reclamar dos últimos anos; o preço também tem ajudado bastante”, afirmou Verner.

Conforme Verner, os 40 mil pés que restam devem ser plantados nos próximos dias. “Estamos enfrentando alguns períodos de frio intenso, então estamos tendo cautela, porque a variedade que vamos plantar é mais sensível às temperaturas. Estamos esperando uns dias, mas tão logo o tempo se alinhe, finalizaremos o plantio”, afirmou.

Para a safra, Eleri disse estar confiante. “Claro que dependemos das condições climáticas, mas esperamos que, assim como nós, todos tenham uma boa safra. Que aqueles que tiveram perdas com as enchentes possam se recuperar o mais breve possível para seguir suas vidas”, enfatizou ele.

Região

Os impactos das redes sociais no cotidiano: Uma entrevista com a psicóloga Fabiane Schott

As redes sociais são uma realidade, e as consequências delas também. Para entender mais sobre os impactos, a reportagem do Jornal Cidades do Vale entrevistou a psicóloga que atende em Agudo e Faxinal do Soturno, Fabiane Schott. Confira a entrevista completa:

 

JCV - Qual o impacto das redes sociais no cotidiano das pessoas?

Fabiane - As redes sociais, se usadas de maneira consciente, apresentam vários aspectos bons, como interação, socialização entre as pessoas, divulgação de conhecimento, meio de informação sobre trabalhos de profissionais, e promoção de oportunidades de trabalho, etc. Enfim, quando usadas para tais finalidades que servem para algo bom, são saudáveis. Porém, nem tudo é bom. A exemplo disso, destaco as fake news, notícias falsas que disseminam, inclusive, ódio por ideologias políticas e partidárias, entre outros, que geram angústia e sofrimento na população, pela incerteza sobre tais fatos divulgados em massa. É claro que não podemos generalizar que somente as redes sociais causam prejuízos emocionais. Os problemas de saúde mental são multicausais.

 

JCV - Como afeta a vida das pessoas que acabam ficando reféns de postar apenas o lado bom de tudo?

Fabiane - As redes sociais expõem apenas recortes da realidade. O que se vive hoje seria a idealização de uma vida perfeita. Logo, deseja-se mostrar exatamente o que mais se aproxima dessa ilusão. Já observei várias pessoas simulando estar em lugares que não estão, fazendo montagens, por exemplo. O ideal é muito diferente do real, e as pessoas têm dificuldade de aceitar que a vida não tem somente momentos bons, e posso dizer que rejeitam a ideia de que a felicidade é composta de momentos. Então, o que se mostra não é o que se observa na realidade. E por que as pessoas chegam a esse ponto? Bem, todas as pessoas sentem a necessidade de serem aceitas, amadas e queridas. Sendo assim, elas querem mostrar isso, entendendo que, se postarem algo triste sobre sua vida pessoal, possa gerar afastamento e rejeição. Então, o medo faz com que criem um personagem agradável, que possa ser admirado, e que, se postar algo assim, não estará sozinha, supostamente! Ninguém quer se sentir excluído; é desagradável, e as pessoas tentam evitar isso, agindo assim.

 

JCV - Como é para quem absorve? 

Fabiane - Tanto para quem só posta fotos legais, em cenários charmosos e luxuosos, quanto para quem observa, gera sofrimento. Quem posta sente uma necessidade de ser aceito, de ser suficiente, de ser querido. Quem observa sente a necessidade de também atingir esse ideal imaginário, por vezes. Mas nem todas as pessoas reagem da mesma forma. Há, por exemplo, pessoas que não se importam; já há outras que se comparam e sentem-se extremamente frustradas por não conseguir atingir esse padrão, seja de corpo, seja de vida, seja financeiro, enfim! As comparações podem levar a pessoa a sentir-se triste, diminuindo a sua autoestima, pode gerar sintomas ansiosos, transtornos de autoimagem e até, por vezes, levar à depressão.

 

JCV - A geração dos filtros. As pessoas têm perdido a identidade?

Fabiane - Os filtros surgiram para otimizar as imagens, principalmente os efeitos visuais faciais. Tão rápidos e tão perfeitos, ninguém precisa mais usar maquiagem, está tudo ali. Tão perfeitos e tão irreais, mas é mais uma forma de influenciar para que as pessoas demonstrem uma boa aparência visual, que seja aceitável, que seja aprovada. O envelhecimento, as mudanças corporais, faciais, parecem ainda representar uma ameaça ao ciclo de vida. A vida onde tudo é belo não existe, é uma ilusão sim! Vamos todos mudar com o passar do tempo, e é preciso ter consciência disso. Apesar das evoluções estéticas, o tempo ainda passa da mesma forma para todo mundo!

 

JCV - Quais são os benefícios e os malefícios do uso de redes sociais para a vida social das pessoas?

Fabiane - Destaco vários benefícios, como ser um meio de compartilhar informações, talvez o mais rápido, de informar as pessoas, como por exemplo, no caso da pandemia e, recentemente, sobre a catástrofe da enchente no RS. É usado também como fonte de aproximação entre as pessoas e para manter os vínculos com entes queridos distantes. Usado também como meio educativo e informativo. Malefícios, quando usados para buscar seguir um padrão inatingível. Fotos de rostos, corpos, rotinas, trabalhos, viagens e relacionamentos perfeitos, como mostram nas postagens, aumentam a sensação de desvalorização. Isso colabora com autocobranças em excesso, que podem somar quadros de estresse, desmotivação e autodepreciação. Logo, tem-se a impressão de que todo mundo tem uma vida melhor que a sua. Além disso, há vários estudos que indicam que o tempo de exposição às telas reduz as interações pessoais, pode causar prejuízos no sono e, dependendo do tempo gasto com o uso, pode causar alterações cerebrais, especialmente nos neurotransmissores do bem-estar. Além disso, as redes sociais também permitem uma maior liberdade para opinar e comentar, gerando prejuízos a terceiros. As redes são um terreno fértil para o cyberbullying, que é a violência psicológica e a perseguição de pessoas por meio da internet, o que é ainda mais delicado no caso de crianças e adolescentes.

 

JCV - Quais estratégias podem ser adotadas para minimizar os impactos negativos das redes sociais no cotidiano?

Fabiane - As redes sociais devem ser usadas com segurança, evitando, por exemplo, expor aspectos de intimidade, enviando fotos íntimas, ou até compartilhando muitos dados pessoais. Para minimizar os efeitos negativos, o ideal é que cada um saiba o real motivo pelo qual usa essas ferramentas. Estabeleça tempo de uso das redes sociais, priorizando suas interações reais e presenciais. E, principalmente, lembre-se de que nem tudo que aparenta de fato é. Por trás de toda mídia influente, existe um planejamento e um objetivo claro, que é impressionar. Viver mais a sua realidade e aceitar que na sua vida também há coisas boas é interessante, basta você perceber isso. A verdade é que não podemos viver nos enganando. Não é porque você não vê que não é mostrado, que não existe. Ou seja, os fatos ruins por trás daqueles perfis existem também. Evite se comparar, cada um tem sua própria história, cada um sabe as dores e delícias de ser quem é, e isso é único. Se for se comparar, baseie-se no seu antes e na sua própria evolução, é isso que importa.

 

JCV - Onde você realiza os atendimentos:

Fabiane Schott - Psicóloga CRP 07/29245. Consultório em Agudo, na Avenida Borges de Medeiros, 905 - (55) 99132-8643.  Atendimentos na Pró-Vida em Faxinal do Soturno. 

 

Nova Palma

Melodias que marcaram época: A história dos Irmãos Moro e suas inspirações

A música nos inspira, é uma arte presente na rotina das pessoas. Já imaginou o mundo sem músicas? Seja para alegrar, para nos lembrar, ou para viver o luto dos momentos tristes, ela está sempre embalando nossas histórias. Conhecidos no estado, com sucessos regravados por renomados artistas, contaremos a história dos Irmãos Moro, Juares e Gilbrás. Nascidos em Rincão dos Padilhas, município de Nova Palma, eles iniciaram na música desde pequenos. Filhos de Ângelo Moro e Graciosa Delagnola Moro, produtores e pequenos pecuaristas, com idade de seis e oito anos, começaram a cantar suas primeiras músicas.

Aos 8 anos, Juares ganhou a primeira gaita de oito baixos, onde tirou as primeiras notas musicais. “Aprendi tudo sozinho, tinha gosto pelo instrumento e fui mexendo, não tem como explicar isso, certamente é dom de Deus, não tinha professor na época para ensinar”, contou Juares. Dois anos após, os pequenos irmãos, Juares com a gaita e Gilbrás com o violão, acompanhados da irmã mais velha, começaram a animar bailes em rincões. Nas folgas do serviço da lavoura, participavam de programas juvenis nas rádios São Roque, entre outras na região.

Em 1972, já tocavam em festas, bailes e reuniões dançantes com gaita e violão. Gilbrás explica que eles tinham tendência à música gaúcha, mas nos eventos tocavam bandinhas e outros estilos dançantes, o que agradava o público. “As pessoas gostavam muito de dançar, então era diversificado o nosso repertório, para agradar a todos, nós tocávamos músicas animadas, mais lentas e o povo gostava e aproveitava os bailes”, contou ele.

De acordo com Juares, em 1981, gravaram seu primeiro trabalho, na época no formato de LP, com o título “Deixa a Querência”, na gravadora Isaec, em Porto Alegre. Logo após, formaram o Conjunto Irmãos Moro & Grupo com Zé Taguara e Ciro, que juntos permaneceram por 15 anos levando a música gaúcha para toda a região do Brasil, principalmente o Rio Grande do Sul. “As músicas, na sua maioria, eram de autoria nossa, eu e meu irmão tínhamos facilidade na composição e fazíamos as músicas, mas sempre separados. Uma vez fizemos juntos um jingle de política, mas de resto cada um tinha seu jeito de compor”, lembrou Juares.

Em 1986, gravaram o segundo LP com o título de “Quem sou eu?” e, na mesma época, criaram os arranjos e fizeram o acompanhamento para o LP “Cantici Della 4ª Colônia”, cantado por Diomedes Rossato - O Bigodinho. Em 1995, participaram com quatro músicas no LP “Encontro de Amigos”, organizado pelo cantor e radialista José Luiz, de Santa Maria. A dupla também participa há mais de 40 anos cantando em missas crioulas.

 

Maiores ídolos na música

Juares, por tocar gaita, se inspirava em Albino Manique, falecido em 2024. “Eu ouvia ele tocar e ficava admirado pela forma com que ele fazia aquilo. Para mim, ele é o maior gaiteiro do Brasil. Quando tinha que tirar as músicas que ele fazia os arranjos, era sempre muito desafiador. Buscava fazer do melhor jeito possível para me aproximar do que ele tocava. Era um ídolo certamente”, contou ele.

Já Gilbrás disse que os Bertussi eram os maiores ídolos. Eles eram um dos mais famosos sobrenomes da cultura gaúcha, tendo Adelar e Honeyde como pioneiros da música gaúcha bailável e primeira dupla de acordeonistas a gravar discos, em 1955, deixando um legado que ultrapassa gerações. “Era muito bom de escutar eles, era neles que me inspirava para seguir cantando”, contou.

 

Composições

Um dos diferenciais dos Irmãos Moro era a composição. Os dois irmãos escreveram a maioria das letras, inclusive muitas delas sendo regravadas por outros artistas. Juares conta as suas principais inspirações para compor. “A música tem que emocionar, eu falava das coisas do interior, da vivência do gaúcho, buscava trazer alegria. Nunca fui de escrever besteira em letra, não achava isso certo. Vários artistas gravaram nossas músicas, inclusive o Baitaca”, contou. Gilbrás seguia a mesma linha do irmão.

Uma das músicas preferidas da dupla é “Prevendo o Futuro”, composição de Juares, que você pode conferir apontando a câmera do seu celular para o QR code. “Essa foi uma das que mais fez sucesso. Outros artistas gravaram, e o pessoal nos bailes sempre nos pedia e pede até hoje onde nos apresentamos”, contou Gilbrás.

 

A música como renda extra

A dupla nunca viveu exclusivamente da música. Juares lembra que eles encerravam a rotina de trabalho na semana e tocavam nas sextas-feiras, sábados e domingos. “Tínhamos nossos compromissos no trabalho, mas no final de semana nos organizávamos e íamos para a noite. Poucos locais na região que não tocamos. Era cansativo, mas estávamos felizes com o que fazíamos”.

Gilbrás salienta que a questão do dinheiro não foi prioridade, mas que os valores com os bailes contribuíram muito na vida deles. “Era uma renda extra e isso foi importante para a gente, ajudava bastante no final do mês”, contou.

 

Prevendo o futuro

Sobre o futuro, eles dizem seguir se apresentando, mas de forma mais cautelosa. “A gente toca por hobby. Quando nos chamam, a gente analisa e vai. Já não é algo que faz parte da nossa rotina como uma obrigação. A última apresentação nossa foi em um evento na comunidade de Pinhalzinho, onde mais de mil pessoas estiveram presentes, claro, para o jantar e também para a nossa apresentação”, disse Juares.

 

A importância da Rádio São Roque

Os irmãos são unânimes em agradecer à Rádio São Roque pelo espaço. “Não podemos deixar de agradecer à rádio, sempre nos deu espaço, toca as nossas músicas até hoje. Desde o começo, quando iniciamos, fomos bem recebidos, participando de programas ao vivo. Enfim, nossa gratidão à direção da Rádio São Roque, que sempre nos permitiu mostrar o nosso trabalho”, finalizou Gilbrás.