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Impacto das chuvas no comércio regional: Desafios e perspectivas

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Agudo 03/06/2024
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Com as fortes chuvas, diversos setores foram afetados, incluindo o comércio, que enfrenta problemas como a falta de produtos. A reportagem do Jornal Cidades do Vale entrevistou Airton Wilhelm, presidente da Associação Comercial e Industrial de Serviço de Agudo (Acisa) e vice-presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Airton Wilhelm, para entender os reflexos no meio empresarial.

JCV - Quais devem ser os principais reflexos para o comércio em função da enchente?

Airton - O principal reflexo certamente será o medo que o consumidor vai ter de comprar, não sabendo o que vai acontecer no futuro, se haverá alguma ajuda, o que vai acontecer. E também a dificuldade que nós, os empresários, estamos tendo para conseguir produtos de nossos fornecedores. Porto Alegre ainda está debaixo d'água, o que dificulta nossas entregas. Muitas vezes, vamos atrasar um pouco, então esses certamente serão alguns dos reflexos que vamos enfrentar devido às cheias.

JCV - O quanto os estragos nos acessos de vias poderão impactar na economia regional?

Airton - Em alguns lugares, os acessos já foram restabelecidos graças a parcerias com a comunidade, Daer, Sassyr e o próprio Dnit. Estamos recuperando os acessos. Os reflexos serão semelhantes aos que impactam a economia estadual. Precisamos auxiliar os governos, e nós, empresários, devemos procurar ajudar na solução para restabelecer todas as vias na nossa região.

JCV - Qual deve ser a postura do empresário com sua empresa a partir de agora?

Airton - A postura que o empresário deve ter hoje é cuidar bem dos seus colaboradores, ver as necessidades, acalmar, tentar buscar algumas oportunidades que a lei e a constituição permitem neste momento. Também buscar aprendizado com o Sebrae e outros órgãos competentes que estão auxiliando com cursos gratuitos. Procurar as associações comerciais é importante; essa é uma postura que um empresário pode ter.

JCV - Como vender em um momento como este?

Airton - Neste momento, devemos servir nossos clientes fiéis. Primeiramente, atender esses clientes que nos deram estrutura para chegar até aqui. E vender com ética, sem aumentar os preços ou se aproveitar da oportunidade, porque amanhã o nosso cliente vai saber.

JCV - Como tem sido a contribuição do governo com o empresariado?

Airton - O governo ainda não contribuiu muito, porque o estado do Rio Grande do Sul está dividido em cinco partes: uma debaixo d'água, uma quase debaixo d'água, uma em recuperação, uma não atingida e outra constituída por fake news. Precisamos esperar que tudo isso se resolva. Não podemos ter ansiedade, pois as contribuições virão, mas eles precisam entender o prejuízo dos empresários. Muitos na grande Porto Alegre ainda não sabem o que realmente perderam. As ajudas do governo vão demorar; não adianta querer acelerar. Talvez venham antes para as pessoas físicas. Estamos em constante reunião com o governo do estado e federal, mas é um processo demorado.

JVC - Uma mensagem para os empresários da região

Airton - A mensagem que deixo para os empresários é que este é o momento de estarmos unidos, em associações comerciais e onde mais pudermos. Juntos já é difícil, imagine sozinho. Temos que nos unir, ajudar os que precisam, nossos colegas empresários, e buscar tranquilidade. Já passamos por uma pandemia, por várias dificuldades em nossas vidas, então este é um momento de grande tranquilidade, sem ansiedade. Estamos sempre à disposição, tanto a Associação Comercial quanto à Federasul. Tivemos batalhas como o ICMS e decretos, tudo resolvido, e acredito que também vamos superar esta situação. Muita fé e união.

 



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