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Transformando vidas: A trajetória do Instituto Renascer Mateus Meneghetti e seus projetos de impacto social

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Faxinal Do Soturno 23/09/2024
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O Instituto Renascer Mateus Meneghetti vem, ao longo de sua existência, realizando um trabalho significativo na comunidade faxinalense e regional. Desde sua fundação, o projeto vem transformando vidas. Nesta semana, a reportagem do Jornal Cidades do Vale destaca as ações que o projeto realiza. No total, mais de 150 pessoas diretas, entre crianças e adultos, fazem parte das atividades desenvolvidas diariamente.

 

A história do Instituto Renascer

Idealizado pelo faixa-preta de Jiu-Jitsu, Mateus B. Meneghetti, junto com seus amigos e parceiros de treino, Flavio Stone e Josué Goulart, em janeiro de 2016, iniciaram aulas de Jiu-Jitsu com o objetivo de promover a integração social por meio do esporte. Rapidamente, o número de participantes começou a aumentar, e a ideia de levar o esporte para todos tornou-se uma ferramenta de transformação social. Em 2022, em um cenário de pós-pandemia, o número de famílias participantes das aulas aumentou, e a vontade de expandir o projeto e a comunidade cresceu ainda mais. Para atender esse grupo cada vez maior e fazer do esporte um instrumento de educação e transformação social, o projeto se desenvolveu, tornando-se uma Organização da Sociedade Civil (OSC), sem fins lucrativos - o Instituto Renascer Mateus Meneghetti. O Instituto busca despertar o potencial dos seus alunos e familiares, com o intuito de superar as desigualdades sociais, formando vencedores dentro e fora dos tatames.

 

O Quintal da Vida

O Projeto Quintal da Vida surgiu da necessidade de expandir o projeto, quando, a partir do esporte, o presidente do Instituto, Mateus Meneghetti, passou a identificar os problemas sociais das crianças e adolescentes que frequentavam os treinamentos de Jiu-Jitsu. Após firmar um termo de cooperação com a prefeitura, o espaço onde funcionava o Horto Municipal ganhou uma nova função. Foi nesse espaço que as primeiras famílias iniciaram o trabalho com verduras e hortaliças.

A vice-presidente do Instituto, Bruna Ceolin, explica que o local se tornou uma horta comunitária no início. “Começamos assim, com as famílias envolvidas, e depois o espaço foi ganhando forma e atendendo mais crianças da região. Atualmente, o espaço está totalmente repaginado e, além de quem trabalha aqui ter acesso ao que é plantado, fazemos doações de verduras para festas comunitárias em todo o município”, contou ela.

 

Escola de artes

Com o intuito de envolver as crianças e proporcionar atividades para elas no contraturno escolar, o Instituto iniciou a Escola de Artes, com aulas de teatro e arte urbana. “As crianças e adolescentes que frequentam as aulas são principalmente da Vila Falcão, Verde Teto e Barragem. Podemos dizer que esse é o foco, mas o projeto é aberto para qualquer um que queira participar. Aqui eles têm aulas de teatro, de canto, pintura, enfim diversas atividades”, destacou Bruna.

 

Cozinha saudável

Dentro das suas possibilidades, o projeto busca ampliar seu campo de atuação. Com a parceria da Antonio Meneghetti Faculdade (AMF), por meio de um projeto, o Instituto Renascer foi contemplado com uma cozinha moderna. Bruna conta que, no espaço, as famílias recebem cursos de voluntários sobre a produção de alimentos saudáveis.

“É uma forma de ampliarmos o entendimento dessas famílias também na alimentação. As pessoas voluntárias vêm até aqui e compartilham seus conhecimentos. São várias as oficinas; uma delas, recentemente, foi sobre a produção de panquecas de brócolis, outra de pão, e muitas outras, sempre com o intuito de melhorar a alimentação e o conhecimento dessas famílias.”

 

A Biblioteca

O espaço da biblioteca também está em fase de conclusão e, neste mês, estará à disposição das crianças, adolescentes e familiares do projeto. Bruna conta que foi feita uma campanha na comunidade para arrecadar livros, mas com uma análise criteriosa em relação às temáticas. “A nossa biblioteca já está praticamente pronta. Adquirimos uma ‘casa’, espaço onde ela vai funcionar. Estamos na fase de organização dos livros e temos muitos planos para o espaço. Além da retirada de livros, também pretendemos criar um clube de histórias, onde as crianças vão ler e debater temáticas lidas, além do reforço escolar”, destacou a vice-presidente.

 

Sala terapêutica

A Sala Terapêutica, segundo Bruna, contará com atendimento de um médico voluntário, além de outros profissionais de áreas pertinentes que estarão atuando. “Fechamos duas turmas de mulheres para conversar sobre temas mais voltados para a violência contra a mulher. Vamos trazer esses assuntos, expor direitos e fornecer conhecimento sobre isso para elas. Teremos profissionais que realizarão a escuta, entenderão a realidade dessas mulheres e as direcionarão para o melhor caminho. Precisamos acolher essas mulheres”, disse ela.

De acordo com Bruna, no futuro, o intuito é também realizar rodas de conversas com os homens para abordar a violência contra as mulheres e outras temáticas pertinentes.

 

Regularização de documentos

Um dos próximos passos do Instituto é a regularização de documentos de crianças e adolescentes que frequentam o projeto. “Percebemos que temos essa demanda e vamos, aos poucos, organizando e encaminhando para que eles estejam em dia com seus documentos, tudo certinho”, ressaltou Bruna.

 

Casas para famílias atingidas pela enchente

O Instituto Renascer é o primeiro órgão na Quarta Colônia a entregar casas para as famílias atingidas pela enchente. No total, 17 casas devem ser entregues, sendo que a primeira foi entregue na quarta-feira (04), na Vila Falcão. Das 17, 13 serão em Faxinal, onde quatro estão em fase de finalização e seis devem ser iniciadas na próxima semana. Quatro casas serão construídas para famílias em Agudo. De acordo com Bruna, todas as casas deverão estar prontas até o dia 30 de setembro.

“Somos os primeiros a entregar casas de fato para as famílias, tanto em Faxinal quanto em Agudo. Estamos muito felizes com isso. Durante o trabalho na enchente, vimos o desespero das pessoas; o quanto não é fácil ficar sem casa, e agora poder minimizar essa dor nos deixa muito felizes e confiantes no trabalho que estamos realizando. Tudo é feito com muito carinho e amor. Os voluntários ajudam, fazem pintura, plantamos flores, tudo para tornar o espaço humanizado, para que sintam que ali é o novo lar deles”, disse Bruna.

 

Primeira casa entregue na Quarta Colônia

A família de Rute dos Passos Padilha e Valdecir Neto Padilha foi a primeira a receber a casa construída pelo Instituto. Em entrevista ao Jornal Cidades do Vale, Rute falou da alegria de estar em sua nova casa. “Se não fosse o Instituto, seria muito difícil para nós. Quando caiu granizo, nossa casa foi destruída e, depois, com a enchente, o terreno cedeu. Fomos morar em uma casa alugada e, depois, para o Pavilhão no Parque de Exposições. Agora, finalmente, vamos para nossa casa. Agradeço muito ao Instituto e estou muito feliz de estar na minha casa.”

 

Centro de distribuição

O centro de distribuição, que atuou fortemente durante a enchente, entregando doações de cestas básicas, roupas, itens de higiene e outras necessidades para as famílias, ainda está em funcionamento. “Ele ainda funciona, mas é necessário um contato prévio com os voluntários, precisa ser com hora marcada, não está mais aberto como antes, até porque, felizmente, a demanda é bem menor”, explicou Bruna.

 

Atuação em São João do Polêsine

O projeto ganhou força e ultrapassou fronteiras, sendo desenvolvido também em São João do Polêsine, onde crianças e adolescentes têm aulas de Jiu-Jitsu, arte urbana e participam da horta escolar. As atividades são desenvolvidas na Escola La Salle, em parceria com a prefeitura.

 

Agrovila Renascer

Um outro projeto do Instituto que será desenvolvido é a Agrovila Renascer, que será realizada na localidade de Sítio dos Mellos, no interior de Faxinal do Soturno. Esta iniciativa beneficiará 11 famílias e será um exemplo de desenvolvimento sustentável. A construção será feita por meio de parcerias do Instituto Renascer com empresas privadas e cooperativas. O método de construção contará com ajuda de profissionais, além da colaboração de voluntários e dos próprios beneficiários.

Bruna explica que o local contará com um sistema de energia limpa para garantir uma fonte sustentável de eletricidade, uma horta comunitária para promover a segurança alimentar e a integração entre os moradores, uma agroindústria para gerar empregos e valorizar a produção local, além de benfeitorias que promoverão o uso coletivo e a melhoria da qualidade de vida. “Nosso objetivo é criar um modelo de autogestão que possa servir de inspiração para outras comunidades. A Agrovila Renascer é mais um passo na nossa missão de promover um futuro mais justo e sustentável para todos”, concluiu ela.



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