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Grupo interdisciplinar atua no apoio das famílias desabrigadas

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Faxinal Do Soturno 05/06/2024
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Em Faxinal do Soturno, diversas famílias ficaram desabrigadas em função da enchente e foram levadas para abrigos espalhados pela cidade. A Prefeitura, por iniciativa das psicólogas da Assistência Social, Educação e Saúde, em parceria com as profissionais do Programa Primeira Infância Melhor (PIM), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), desenvolveram um grupo interdisciplinar que atua nos abrigos diariamente.

De acordo com a equipe, a iniciativa partiu da necessidade de trabalhar a saúde mental das pessoas abrigadas. “Em parceria com outros profissionais, de outras áreas, percebemos que precisamos acompanhar essas famílias. Seja para desenvolver atividades manuais, de ocupação, quanto para termos uma escuta que chamamos de escuta qualificada. Não chega a ser consultas como em um consultório, mas existe o momento em que, conforme eles se sentem à vontade, fazemos a intervenção. A vida delas mudou muito rápido, tiveram que deixar suas casas, passaram a conviver em grupo com pessoas diferentes. Temos as crianças também que estão sem aulas, saíram da rotina, foi por isso que, em conjunto, resolvemos desenvolver esse trabalho”.

De acordo com a equipe de trabalho, a incerteza do futuro é algo que mexe com as emoções das pessoas. “Elas estão acolhidas neste momento, lidando com os desafios, mas os relatos que mais escutamos são de preocupação com o que vai acontecer daqui para frente. Muitos perderam tudo, não vão poder voltar para suas casas, outras têm a residência em risco, então variam muito os motivos, mas essa incerteza gera muita ansiedade, e é com a escuta que tentamos minimizar a situação”.

O trabalho da equipe também é voltado para as crianças. “Trabalhamos de forma lúdica com as crianças, e a partir de desenhos e atividades elas expressam os sentimentos, e a partir disso podemos trabalhar. Mesmo que muitas vezes os adultos tentem esconder das crianças as situações, sabemos que elas percebem, e é necessário que seja explicado para elas os fatos, pois elas sentem tudo”, afirmou a equipe. 

Finalizando, o grupo de trabalho salienta que o trabalho já tem trazido bons resultados. “Estamos há uma semana e meia empenhadas nisso, e quando chegamos nos abrigos, fizemos o nosso trabalho, eles pedem para não irmos embora. Já estão confiantes, se sentindo acolhidos, é isso que buscamos. Quando chegamos a um determinado abrigo, uma das crianças me abordou e disse: 'Fiquei triste porque achei que vocês não fossem vir mais!' Então, percebemos que temos bons resultados com o que estamos fazendo”.

Por fim, o grupo entende que a  demanda é grande e que o acompanhamento deve seguir por muito tempo. “Mesmo que eles saiam dos abrigos, o pós também vai precisar desse trabalho, terá continuidade. Temos uma demanda grande, nos organizamos diariamente com um roteiro para estar nos abrigos. Felizmente, temos o apoio dos demais profissionais que estão envolvidos. Certamente, somente nós, psicólogas, não daríamos conta, é importante esse trabalho coletivo que tem acontecido no município. A intenção é juntos fazermos o bem para a nossa comunidade”.

O grupo de profissionais inclui a psicóloga do Creas, Carine Michelon de Oliveira; a psicóloga do Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE), Caroline Felli Kubiça; a psicóloga do Cras, Rafaela Quintana Marchesan; a psicóloga da Secretaria Municipal da Educação (SMED), Lia Cristina Biacchi; a terapeuta ocupacional do NASF, Débora Posser Vieira; a nutricionista do NASF, Juliane Osmari Cerezer; a psicóloga do NASF, Naíma R. Bertoldo; a fonoaudióloga do NASF e CAEE, Bruna Roggia; a profissional de educação física do NASF, Marivana Giovelli Casali; e a educadora especial do CAEE, Cíntia Schlindweis Iop.

 



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