Faxinal do Soturno - RS, 97220-000, Brazil

Narrativa das chuvas: Uma semana de angústia

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Região 17/05/2024
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Confira um resumo do que foram os dias de chuva na Região Central. No total, em Faxinal do Soturno foram 735 milímetros, em seis dias.

273 milímetros - 30 de abril, segunda-feira - A comunidade regional inicia mais uma semana normalmente. Na Rádio São Roque, iniciou às 6h da manhã a programação do Bom Dia Região, logo após o Região é Notícias, programa de jornalismo. Naquele dia, todos os institutos de meteorologia apontaram chuva, um volume considerado ‘normal’. No meio da manhã, o tempo fecha e a partir daí começam os dias de apreensão. A chuva torrencial inicia, e os primeiros relatos eram de cheias nas ruas, nas áreas urbanas das cidades. O sinal de telefonia também já era precário. Os bueiros não davam conta e a água invadia calçadas. O sinal de internet, por volta das 16h, cai em Faxinal em algumas cidades. A chuva não cessava, se manteve durante todo o dia e a noite, totalizando já os surpreendentes 273 milímetros.

224 milímetros - 1º de maio, terça-feira - O amanhecer de terça-feira já era alarmante. A noite toda de chuva forte, sem cessar, já apresentava alguns estragos, pontes menores e mais antigas já haviam sido levadas com a água. Em Faxinal do Soturno e algumas cidades da região, permanecia sem sinal de internet. A programação do Bom Dia Região, da Rádio São Roque, já era diferente. Relatos de todos os lugares, sobre o grande volume de chuva começaram a chegar. Na cobertura externa, o repórter Tairã Gonçalves, participa da programação ao vivo, por volta das 7h20 e ao relatar a situação do Soturno, entre Faxinal e o distrito de Santos Anjos, ao vivo, ele informa a queda da cabeceira da ponte. E a partir desse momento o noticiário todo era com base nas informações de todos locais, e os relatos só aumentavam, famílias ilhadas sendo retiradas e levadas para abrigos, em todas as cidades da Quarta Colônia a realidade era semelhante.

174 milímetros - 02 de maio, quarta-feira - O terceiro dia de chuva torrencial, incessante, multiplicava os estragos. Municípios isolados, famílias no meio rural dos municípios estavam ilhadas e incomunicáveis, e a busca por informações era pulsante. Familiares pedindo e implorando pelo resgate. Que no momento só podia ser feito de forma aérea, pois municípios estavam isolados, não tinha acesso por terra, para Santa Maria, por exemplo, para isso, helicópteros da Base Aérea de Santa Maria começaram a se deslocar aos municípios. Seja para resgate, quanto para o transporte de pacientes de hospitais para Santa Maria ou mesmo resgates.

23 milímetros - 03 de maio, quinta-feira - A chuva acalma, o pico de arroios chegava ao máximo e partir desse dia começava a diminuir. Em contrapartida, as atenções se voltaram para os municípios de Agudo e Dona Francisca, em função do Rio Jacuí, e da barragem de Dona Francisca, localizada nos limites dos municípios de Agudo e Nova Palma. Moradores das regiões baixas, e arredores da Usina, tiveram as casas invadidas pelas águas, como nunca visto antes.

10 milímetros - 04 de maio, sexta-feira - A partir de quarta-feira, foi possível ver os estragos com mais clareza. Famílias ilhadas, conseguem receber ajudas de voluntários, tanto de barco, quanto de motocicleta, que percorriam estradas irreconhecíveis dos interiores dos municípios. Cidades ainda estão incomunicáveis, sem internet, sem sinal de celular, água e luz.

31 milímetros - 05 de maio, sábado - Os trabalhos de resgate se intensificam, famílias até então isoladas conseguem se comunicar com familiares. A chuva persiste, mas de forma menos intensa. Moradores iniciam limpeza das casas e contabilizam os estragos.

0 milímetros - 06 de maio, domingo - Dia ensolarado e de esperança para a população.

 



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